COMEÇO a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica, vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem…
Este trecho revela o estilo de:
A)
MANUEL ANTONIO DE ALMEIDA, ao usar uma linguagem apelativa, direcionada à reflexão
crítica da obra romântica.
B)
GRACILIANO RAMOS, ao revelar a quebra da ordem cronológica da narrativa de suas obras, como reflexo coerente da instabilidade psicológica e espacial de suas personagens.
C)
MACHADO DE ASSIS, ao questionar o leitor quanto à linha lógica e impositiva do tempo velho da obra literária e, ao mesmo tempo, conscientizá-lo de um novo modo de ler.
D)
LIMA BARRETO, ao retratar o estilo incoerente de suas personagens em seus atos de loucura.
Respostas
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22
C) MACHADO DE ASSIS, ao questionar o leitor quanto à linha lógica e impositiva do tempo velho da obra literária e, ao mesmo tempo, conscientizá-lo de um novo modo de ler.
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2
Resposta:
C) Machado de Assis
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