• Matéria: Sociologia
  • Autor: jaianeccostaoximmx
  • Perguntado 8 anos atrás

Qual o destino da sociedade global?

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respondido por: FellipeKiller
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A população mundial nos dias atuais está envolta na teia do que se denominou chamar de globalização. Esse fenômeno, que invade fronteiras, modifica costumes, expande as novas técnicas científicas e tecnológicas, constrói e destrói mercados, com a sua nova dinâmica, dificulta o controle estatal sobre ele. Novas formas de atividades são levadas a cabo, a exemplo da tecnologia da informática e de transações comerciais feitas entre países em questão de segundos, obrigando as instituições estatais a repensar suas estratégias. O sistema capitalista que se disseminou pelo mundo, trazendo consigo a idéia da individualização do lucro e do pensamento neoliberal, exige a abertura das fronteiras de todos os países do globo, conduzindo com isso várias formas de dominação das potências desenvolvidas sobre países do terceiro mundo.

Verificamos, de outro lado, que, com a abertura dos mercados e a dominação do capital e do lucro pelos países desenvolvidos, cresce a situação de pobreza dos países periféricos, com imensos efeitos negativos para sua população e com conseqüências sociais enormes, como a deficiência da educação,

Ao mesmo tempo em que cresce a desigualdade social das populações, o Estado-nação vai ficando cada vez mais debilitado, perdendo suas mais nobres funções, começando com a dominação econômica através das "ajudas" das instituições financeiras e de países ricos interessados na manutenção desse status quo, as quais, normalmente, desemboca na vala seguinte que é a dominação política. A "ajuda", através de empréstimo, vem sempre ajoujada a várias imposições econômicas e políticas, sob pena de indeferimento, causando, portanto, a debilitação do Estado-nação.

De outro lado, outros fatores que ultrapassam as questões econômicas, mas quase sempre são dela originários, corroboram para o enfraquecimento do Estado-nação e a perda de sua própria identidade. São problemas como a criminalidade e a formação de grupos contrários à globalização.

O que ressalta na análise é o fato de que, com a globalização, há o favorecimento ao sistema capitalista de governo e um mais acentuado emprego do liberalismo econômico que reflete de forma negativa, principalmente, nos países periféricos e que acarreta um desnivelamento do poder econômico das populações, gerando um distanciamento maior entre as camadas sociais, fazendo surgir um tipo de apartheid.

O capital volátil, a versatilidade de empresas multinacionais e outros aspectos propiciam a desestabilização do emprego, com o aparecimento cada vez maior de uma camada de miseráveis, sem as condições mínimas de sobrevivência, que acaba se voltando para a criminalidade, seja de pequenos delitos, seja do crime organizado.

O Estado, por sua vez, já debilitado em sua economia, não tem condições de enfrentar essa onda crescente do crime que ocorre em forma de dominó. Ou seja, o emprego e as condições sociais como educação e saúde diminuem cada vez mais; o Estado tem menos condições de enfrentar esses problemas que vão se agravando; a criminalidade, por conseguinte, ao invés de diminuir com investimentos da área social e na segurança, aumenta, pois cresce de maneira inversamente proporcional a esses investimentos.

Vê-se que o Estado – nação já não é mais o responsável pelo seu próprio destino. O poder político do Estado está colocado frente a frente com o mercado e encontra-se dele dependente. A economia encontra-se globalizada e é impossível o isolamento do Estado – nação nessa área, sob pena de seu perecimento. É impossível controlar dinâmicas que extrapolam seus limites territoriais, fazendo com que ele tenha seu poder de decisão reduzido.

Ao mesmo tempo em que o Estado perde sua identidade, as instituições multilaterais se tornam muito mais fortalecidas, pois passam a influenciar nos seus desígnios, na medida em que são necessárias e disputadas pela comunidade internacional, seja as de cunho financeiro, seja as de cunho empresarial, principalmente, nas questões relativas a atração de divisas ou de empregos.



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