• Matéria: Filosofia
  • Autor: alineleiteveda
  • Perguntado 8 anos atrás

URGENTE PRA HOJE GENTE ME AJUDEM! Resenha crítica do livro ética a nicômaco (Aristóteles).

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respondido por: amanda201056oxmomy
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A Ética a Nicômaco é uma das bases da nossa civilização, e foi muito utilizada por São Tomás de Aquino na sua Suma Teológica.

Aristóteles tinha como objetivo ao elaborar a sua ética formar o homem magnânimo, ou maduro ( Spoudaios). Esse homem que atingiu um nível em que permite que ele esteja acima das críticas e difamações do qual é alvo. O homem maduro é aquele que vive uma vida teórica, ou contemplativa ( Bios Theoretikos), da mesma forma que sabe usar seus bens para ajudar aos amigos, de maneira que seu dinheiro seja utilizado sem excesso, ao mesmo tempo em que evita-se a avareza.

O Estagirita não conhecia a virtude teologal da caridade, mas o ideal de seu homem magnânimo chegou perto disso. Outra virtude que esse homem precisa ter é a de possuir amigos, sem o qual é impossível ser feliz e que também torna muito difícil a prática da virtude. Amigos são necessários para que nossa inteligência funcione melhor, e também para que tenhamos um companheiro nos momentos de adversidade. A vida sem amigos torna nossos bens e conhecimento em algo estéril, porque o homem na concepção aristotélica é um animal político ( Zoon Politikon), e aquele que vive sozinho para o filósofo grego só pode ser um deus ou um animal.

Platão não elaborou uma ética como Aristóteles, portanto, o estagirita nos fornece um guia mais seguro de como devemos agir. E como devem ser nossas ações, segundo Aristóteles? A resposta é que o homem deve buscar o meio termo em sua vida prática. Por exemplo: a coragem é o meio-termo entre a covardia e a temeridade, pois que o verdadeiro homem deve naturalmente temer a desonra, a desgraça da mulher e dos filhos, assim como a prisão e os castigos corporais. Mas a covardia também é um erro grave, porque devemos estar preparados para enfrentar as adversidades da vida, e também utilizarmos nossas forças para defendermos nossa nação, família e amigos.

Aristóteles chegou perto da virtude cristã da esperança, porque diz que o homem deve suportar as inevitáveis desgraças que nos ocorrem. O suicídio é fortemente condenado pelo filósofo grego como um ato que vai contra a vida em comunidade, e um desprezo à cidade. Aristóteles diz que um homem naturalmente deseja o seu próprio bem, e não pode ser injusto consigo mesmo, portanto o suicídio é uma afronta aos outros homens da Pólis, pelo fato de que o desesperado em sua mente rejeita o auxílio que a comunidade poderia lhe oferecer. São Tomás de Aquino vai utilizar esse mesmo argumento contra o suicídio, apenas acrescentando que isso é um pecado contra Deus.

Nós então chegamos à grande questão: é possível o homem ser feliz nesse mundo, e qual é o tipo de vida que mais proporciona a felicidade aos homens? Aristóteles, sem conhecer a vida futura e o pecado original, diz que sim, podemos ser felizes nesse mundo, para isso devemos ter saúde, um mínimo de bens, já que o homem sem dinheiro não pode exercer a virtude com o próximo, e também amigos. A vida mais feliz para os homens é a vida contemplativa ( Bios Theoretikos), que Aristóteles considera como a mais desejada pelos deuses. A contemplação da verdade é o ponto máximo que o homem pode atingir nesse mundo. Sem conhecer à revelação cristã, Aristóteles foi o filósofo que mais se aproximou da ética do Cristianismo, e seu ideal de que a contemplação de Deus é aquilo que o homem mais pode desejar em sua curta existência.
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