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que se observa é a prevalência de interesses comerciais tanto sobre valores estéticos e artísticos quanto sobre o seu significado ético-social. Não me parece excessivo dizer que estão sendo diluídas antigas fronteiras entre a produção econômica e a vida cultural, na medida em que fatia preponderante da produção cultural se mescla com o jogo do mercado e suas consequências, sejam elas praticamente incontornáveis (financiamentos, patrocínios, auxílios, incentivos fiscais e subsídios públicos e privados às artes) ou atordoantes (a tirania do dinheiro, como bem a definiu Milton Santos, tentando estabelecer como única cultura “interessante” aquela que gera rentabilidade, audiências cativas e consumidores potenciais).
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