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Até então, a pintora Tarsila do Amaral era dona de uma invejável situação financeira, mas em 1930, com a crise mundial de 1929, ela se viu numa situação precária. Nessa época, vivia com o psiquiatra Osório César. Foi nesse período que conheceu o socialismo de perto, ao fazer uma viagem à União Soviética. Ao regressar, foi presa por um período de um mês, por participar de reuniões de esquerda e por ter feito uma viagem a um país comunista. Para se manter, a artista recebeu encomendas de retratos, fez ilustrações e começou a escrever para jornais.
A ida à União Soviética e o contato com a esquerda despertou em Tarsila, que sempre fizera parte da elite do país, preocupações sociais. Foi nessa época que realizou duas importantes obras: Segunda Classe e Operários.
Nessa fase, chamada de Fase Social, Tarsila passou a questionar os problemas advindos da industrialização e do capitalismo, que geram riquezas, mas não para aqueles que trabalham, pois esses continuam pobres e desesperançados, sem acesso aos bens e à educação.
Na sua composição Segunda Classe, a artista mostra o êxodo rural que se segue, quando as famílias deixam o interior em busca de emprego na cidade grande. Elas vêm de várias regiões do interior do país, trazendo o sonho de emprego, mas também a tristeza dos parentes e amigos deixados para trás, e a incerteza de que possam vir a ter uma vida melhor.