• Matéria: Direito
  • Autor: angelicasarah1p53c31
  • Perguntado 8 anos atrás

Neste desafio você deverá dialogar com a ideia de que o agir moral está ligado ao que fazemos e a como esperamos que as pessoas reajam às nossas ações. Assim, prepare um pequeno texto crítico que discuta o seguinte problema:
Conforme alguns autores, o que determinará como devemos agir com uma pessoa é exatamente a maneira como ela, costumeiramente, age perante os outros. Ou seja, se um indivíduo, habitualmente, não está à disposição do outro, de ajudá-lo, esse indivíduo está construindo a regra da maneira como os outros deverão tratá-lo. O contrário também seria correto.

Para realizar este desafio, você deverá atender aos seguintes itens:

1. Discutir o acerto dessas afirmações.
2. Discutir a própria eticidade dessas afirmações.
3. Trazer, se possível, saídas para esses dilemas.

Respostas

respondido por: gabrielbattali
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Quando afirmamos, peremptoriamente, que uma pessoa deve ser tratada exatamente de acordo com suas ações (perante os outros), em princípio, temos a regra de ouro "faça aos outros, exatamente o que quer que façam a ti" sendo empregada, apesar de entendermos que uma boa percepção de como agir moralmente seria olhar a singularidade do caso, e, por conseguinte, buscar a melhor maneira de privilegiar a humanidade da pessoa com a qual há o relacionamento. Logo, uma reflexão deve ser colocada:

Quando as questões racionais e morais são colocadas em uma espécie de jogo de trocas, parece que o argumento principal da moral acaba por se perder. Assim, acaso uma pessoa não tenha ações que, de acordo com o que chamamos razão comum, entendem-se como corretas, o correto então seria que não agíssemos bem com essa pessoa? Se a resposta for positiva, é interessante perceber que talvez estivéssemos incorrendo no mesmo erro dela. Ora, perde-se aí a dimensão pedagógica da moral, que seria aquela que ensina pelo exemplo.

Há ainda mais um elemento importante: a pessoa que não está agindo de acordo com o esperado, na busca por ajudar o outro, pode ser oriunda de uma formação cultural diferente, e sua moral racional ter outros fundamentos, que não aqueles esperados. E ainda, como dissemos, deve-se privilegiar sempre a particularidade e a singularidade do ato, ora, as pessoas agem impelidas por motivos que muitas vezes elas próprias ignoram - isso nos diria a Psicanálise. Logo, mesmo sem saber dessas motivações, ainda sim, dar a essa pessoa o tratamento na mesma medida, ou superar as expectativas morais não seria, de fato, o ato moral por excelência? Não seria algum tipo de egoísmo simplesmente fazer para o outro aquilo que ele faria por nós?

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