Neste desafio você deverá dialogar com a ideia de que o agir moral está ligado ao que fazemos e a como esperamos que as pessoas reajam às nossas ações. Assim, prepare um pequeno texto crítico que discuta o seguinte problema:
Conforme alguns autores, o que determinará como devemos agir com uma pessoa é exatamente a maneira como ela, costumeiramente, age perante os outros. Ou seja, se um indivíduo, habitualmente, não está à disposição do outro, de ajudá-lo, esse indivíduo está construindo a regra da maneira como os outros deverão tratá-lo. O contrário também seria correto.
Para realizar este desafio, você deverá atender aos seguintes itens:
1. Discutir o acerto dessas afirmações.
2. Discutir a própria eticidade dessas afirmações.
3. Trazer, se possível, saídas para esses dilemas.
Respostas
Quando afirmamos, peremptoriamente, que uma pessoa deve ser tratada exatamente de acordo com suas ações (perante os outros), em princípio, temos a regra de ouro "faça aos outros, exatamente o que quer que façam a ti" sendo empregada, apesar de entendermos que uma boa percepção de como agir moralmente seria olhar a singularidade do caso, e, por conseguinte, buscar a melhor maneira de privilegiar a humanidade da pessoa com a qual há o relacionamento. Logo, uma reflexão deve ser colocada:
Quando as questões racionais e morais são colocadas em uma espécie de jogo de trocas, parece que o argumento principal da moral acaba por se perder. Assim, acaso uma pessoa não tenha ações que, de acordo com o que chamamos razão comum, entendem-se como corretas, o correto então seria que não agíssemos bem com essa pessoa? Se a resposta for positiva, é interessante perceber que talvez estivéssemos incorrendo no mesmo erro dela. Ora, perde-se aí a dimensão pedagógica da moral, que seria aquela que ensina pelo exemplo.
Há ainda mais um elemento importante: a pessoa que não está agindo de acordo com o esperado, na busca por ajudar o outro, pode ser oriunda de uma formação cultural diferente, e sua moral racional ter outros fundamentos, que não aqueles esperados. E ainda, como dissemos, deve-se privilegiar sempre a particularidade e a singularidade do ato, ora, as pessoas agem impelidas por motivos que muitas vezes elas próprias ignoram - isso nos diria a Psicanálise. Logo, mesmo sem saber dessas motivações, ainda sim, dar a essa pessoa o tratamento na mesma medida, ou superar as expectativas morais não seria, de fato, o ato moral por excelência? Não seria algum tipo de egoísmo simplesmente fazer para o outro aquilo que ele faria por nós?