Respostas
respondido por:
0
Foi-se o tempo em que viamos a cultura negra ser pensada, protagonizada e vivida somente por negros. Nos tempos atuais, o que mais vemos é o "elemento negro" fora da sua própria cultura. O que antes era motivo de auto-orgulho, resistência, sublevação e auto-preservação de um povo, tem se tornado objeto de cobiça e usurpação por parte dos opressores, os quais julgamos estarem aceitando e valorizando a cultura negra.
Com a idéia (moda) da Afro-Brasilidade, a cultura negra tem perdido seu sentido de existir enquanto cultura essencialmente negra. Se antes capoeira, candomblé, samba, congada, vodu, mais recentemente, hip hop, as vestimentas típicas de negros, a alimentação negra, o trançado, e um cabedal de outros elementos culturais eram perseguidos e marginalizados, hoje são "aceitos" e sugados do seio do povo preto para serem resignificados de maneira usurpadora pelos interesses dos brancos.
Hoje, muitos acham interessante que o homem branco esteja dentro do candomblé, da capoeira, das rodas de samba, fazendo tranças de preto, comida de preto e tentando ao máximo se aproximar e viver a cultura negra. No entanto, esse fato, que parece ser uma conquista para igualdade racial e uma aproximação para um entendimento da necessidade de reparação que faz jus o povo preto, não passa de uma assimilação superficial e simbólica da cultura negra pelos brancos, sendo que essas culturas negras, na perspectiva da afro-brasilidade, já perderam sua essência de cultura negra, se tornando agora elemento da cultura nacional, onde todos aqueles que se identificam com a brasilidade podem fazer parte dessas culturas, pois agora foram reconhecidas como cultura nacional-brasileira, não mais pertencendo a nenhum grupo racial, neste caso, aos negros.
Viver como negro num país como o Brasil, onde a imensa maioria negra não pensa por si, não faz por si, não identifica-se racialmente como africanos diaspóricos, e, muito menos, interfere no destino político e econômico do lugar onde vivem, é doloroso e assombrador. Somos um povo manipulado, conduzido pelos brancos por caminhos espinhosos e circulares. A cada nascer de um novo dia, essa esperança negra vai se diluindo num vazio cada vez mais sem precedente. Cada vez mais, a cidadania negra vem perdendo seu elemento político e autêntico, a cultura negra, aquela que permite que nos conservemos, exista, preserve nossa identidade e nossa história.
A Afro-Brasilidade, essa cartilha da educação "moderna" brasileira, é a mais eficaz universal política de esvaziamento mental, espiritual e existêncial do indivíduo negro. A afro-brasilidade é uma educação branca com forte apelo e sentimentalismo negro distorcidos. É um movimento de usurpação que visa tirar do seio do povo preto seu elemento essencial para existir: sua cultura.
Com a idéia (moda) da Afro-Brasilidade, a cultura negra tem perdido seu sentido de existir enquanto cultura essencialmente negra. Se antes capoeira, candomblé, samba, congada, vodu, mais recentemente, hip hop, as vestimentas típicas de negros, a alimentação negra, o trançado, e um cabedal de outros elementos culturais eram perseguidos e marginalizados, hoje são "aceitos" e sugados do seio do povo preto para serem resignificados de maneira usurpadora pelos interesses dos brancos.
Hoje, muitos acham interessante que o homem branco esteja dentro do candomblé, da capoeira, das rodas de samba, fazendo tranças de preto, comida de preto e tentando ao máximo se aproximar e viver a cultura negra. No entanto, esse fato, que parece ser uma conquista para igualdade racial e uma aproximação para um entendimento da necessidade de reparação que faz jus o povo preto, não passa de uma assimilação superficial e simbólica da cultura negra pelos brancos, sendo que essas culturas negras, na perspectiva da afro-brasilidade, já perderam sua essência de cultura negra, se tornando agora elemento da cultura nacional, onde todos aqueles que se identificam com a brasilidade podem fazer parte dessas culturas, pois agora foram reconhecidas como cultura nacional-brasileira, não mais pertencendo a nenhum grupo racial, neste caso, aos negros.
Viver como negro num país como o Brasil, onde a imensa maioria negra não pensa por si, não faz por si, não identifica-se racialmente como africanos diaspóricos, e, muito menos, interfere no destino político e econômico do lugar onde vivem, é doloroso e assombrador. Somos um povo manipulado, conduzido pelos brancos por caminhos espinhosos e circulares. A cada nascer de um novo dia, essa esperança negra vai se diluindo num vazio cada vez mais sem precedente. Cada vez mais, a cidadania negra vem perdendo seu elemento político e autêntico, a cultura negra, aquela que permite que nos conservemos, exista, preserve nossa identidade e nossa história.
A Afro-Brasilidade, essa cartilha da educação "moderna" brasileira, é a mais eficaz universal política de esvaziamento mental, espiritual e existêncial do indivíduo negro. A afro-brasilidade é uma educação branca com forte apelo e sentimentalismo negro distorcidos. É um movimento de usurpação que visa tirar do seio do povo preto seu elemento essencial para existir: sua cultura.
Perguntas similares
6 anos atrás
6 anos atrás
8 anos atrás
8 anos atrás
9 anos atrás