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Dois séculos depois, o Reino franco se viu ameaçado em sua fronteira oeste pelo avanço dos muçulmanos, que conquistaram a península Ibérica em 711. Por essa época, o poder dos reis merovíngios estava enfraquecido, pois os sucessores de Clóvis ocuparam-se principalmente de festas, caçadas e torneios de esgrima; por isso ficaram conhecidos como reis indolentes. Quem realmente exercia o poder era o principal funcionário do reino, o majordomus, que era também chefe da nobreza. Em 732, o majordomus Carlos Martel se colocou à frente do exército franco e venceu os muçulmanos na batalha de Poitiers, fortalecendo, assim, a aliança entre o Reino Franco e a Igreja católica. Em 751, seu filho Pepino, derrubou do trono o último soberano merovíngio, Childerico III, e se fez coroar rei dos francos inaugurando a dinastia carolíngia. Pepino foi reconhecido como rei pelo papa, que assim tornou legítimo o golpe desfechado. O papa, por sua vez, pediu ao rei franco que o defendesse dos lombardos, povo que também era de origem germânica e que, tendo se instalado na península Itálica, ameaçava assaltar Roma, a sede do papado.Carlos Magno, filho de Pepino, assumiu o trono dos francos em 768 após a morte do pai, dando continuidade à aliança com o papado e à política carolíngia de conquista de novas terras.
Em 800, o rei franco deslocou suas tropas até Roma para prestar auxílio militar ao papa Leão III, ameaçado pela nobreza local. Em troca, o papa concedeu-lhe o título de Carlos Augusto, imperador dos romanos que não era dado a ninguém desde 476.
A tentativa de restaurar o antigo Império romano do Ocidente atendia a interesses tanto do rei franco quanto do papa. Para Carlos, o título de “Imperador coroado por Deus” consolidava e dava legitimidade às suas conquistas. Para o papa, a criação do novo império reforçava o poder temporal da igreja de Roma, (poder de governar os seres humanos no sentido político, mas não no sentido religioso) cujo braço armado era o exército do imperador. Ao mesmo tempo, a Igreja católica se fortalecia diante do Império bizantino, com o qual tinha divergências.
Carlos Magno, montou um exército bem organizado, que contava com grandes senhores feudais, bem equipados para a guerra. Valendo-se do uso do cavalo como meio de locomoção e como arma de guerra e da melhoria na qualidade das armas, com o emprego crescente do ferro e do aço, venceu diversos povos como os frisões e os saxões, e formou um imenso império.