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Eram 3h30 de 26 de agosto de 1914, em Rozelieures, na região de Lorena, fronteira com a Alemanha, quando Joseph Caillat, soldado do 54.º batalhão de artilharia do exército da França, escreveu: “Nós marchamos para a frente, os alemães recuaram. Atravessamos o terreno em que combatemos ontem, crivado de obuses, um triste cenário a observar. Há mortos a cada passo e mal podemos passar por eles sem passar sobre eles, alguns deitados, outros de joelhos, outros sentados e outros que estavam comendo. Os feridos são muitos e, quando vemos que estão quase mortos, nós acabamos o sofrimento a tiros de revólveres”.
Quando Caillat escreveu aquela que seria uma de suas primeiras cartas do front a seus familiares, a Europa estava em guerra havia exatos 32 dias – e acreditava-se que não por muito mais tempo.Correspondências como a desse soldado de 2.ª classe que morreria de pneumonia em 1º de julho de 1917 começavam então a trazer à luz para a sociedade a gravidade do conflito, que em seus quatro anos, três meses e 14 dias mobilizaria mais de 60 milhões de combatentes e deixaria quase 9 milhões de civis e militares mortos, além de 20 milhões de feridos, em um dos piores momentos da história da humanidade.
É consenso entre historiadores que a 1.ª Guerra Mundial mudou a geopolítica e as sociedades que dela participaram para sempre, alterando de forma radical o mapa-múndi – uma transformação que ainda reverbera em nossos dias. Os 1.567 dias de carnificina marcaram a queda da era dos grandes impérios – alemão, austro-húngaro, russo, turco –, resultaram em um genocídio – na Armênia – e em uma revolução – na Rússia –, devastaram cidades, regiões e países e abalaram por décadas a Europa, abrindo as portas, após o Tratado de Versalhes, para a emergência deAdolf Hitler e do nazismo, para a 2.ª Guerra Mundial, para o holocausto e para o mundo tal como o conhecemos hoje. "O tratado de paz de fato impôs condições muito duras à Alemanha, que foram vividas de forma realmente humilhante pelos alemães", disse Karine McGrath, diretora dos Arquivos do Palácio de Versalhes.
O Estado esteve em locais emblemáticos do conflito, como a célebre Ponte Latina, em Sarajevo, e os campos de batalha de Ypres, na Bélgica, e Verdun, na França, percorreu centenas de quilômetros em fronts, visitou ruínas e sítios de guerra, mergulhou em arquivos públicos e particulares, pesquisou documentos, fotos e imagens, entrevistou descendentes de soldados e vítimas, ouviu historiadores e militares na França, nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Brasil.Foram sete meses de pesquisa, além de consultas a quase duas dezenas de publicações inglesas, francesas, italianas, alemãs, espanholas, americanas e brasileiras mantidas no Acervo Estado. Tudo em um esforço para compreender por que a Grande Guerra é ainda hoje, 100 anos mais tarde, uma ferida em cicatrização.
Quando Caillat escreveu aquela que seria uma de suas primeiras cartas do front a seus familiares, a Europa estava em guerra havia exatos 32 dias – e acreditava-se que não por muito mais tempo.Correspondências como a desse soldado de 2.ª classe que morreria de pneumonia em 1º de julho de 1917 começavam então a trazer à luz para a sociedade a gravidade do conflito, que em seus quatro anos, três meses e 14 dias mobilizaria mais de 60 milhões de combatentes e deixaria quase 9 milhões de civis e militares mortos, além de 20 milhões de feridos, em um dos piores momentos da história da humanidade.
É consenso entre historiadores que a 1.ª Guerra Mundial mudou a geopolítica e as sociedades que dela participaram para sempre, alterando de forma radical o mapa-múndi – uma transformação que ainda reverbera em nossos dias. Os 1.567 dias de carnificina marcaram a queda da era dos grandes impérios – alemão, austro-húngaro, russo, turco –, resultaram em um genocídio – na Armênia – e em uma revolução – na Rússia –, devastaram cidades, regiões e países e abalaram por décadas a Europa, abrindo as portas, após o Tratado de Versalhes, para a emergência deAdolf Hitler e do nazismo, para a 2.ª Guerra Mundial, para o holocausto e para o mundo tal como o conhecemos hoje. "O tratado de paz de fato impôs condições muito duras à Alemanha, que foram vividas de forma realmente humilhante pelos alemães", disse Karine McGrath, diretora dos Arquivos do Palácio de Versalhes.
O Estado esteve em locais emblemáticos do conflito, como a célebre Ponte Latina, em Sarajevo, e os campos de batalha de Ypres, na Bélgica, e Verdun, na França, percorreu centenas de quilômetros em fronts, visitou ruínas e sítios de guerra, mergulhou em arquivos públicos e particulares, pesquisou documentos, fotos e imagens, entrevistou descendentes de soldados e vítimas, ouviu historiadores e militares na França, nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Brasil.Foram sete meses de pesquisa, além de consultas a quase duas dezenas de publicações inglesas, francesas, italianas, alemãs, espanholas, americanas e brasileiras mantidas no Acervo Estado. Tudo em um esforço para compreender por que a Grande Guerra é ainda hoje, 100 anos mais tarde, uma ferida em cicatrização.
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