• Matéria: Português
  • Autor: monicacecikia
  • Perguntado 8 anos atrás

Texto I

OS TUMULTOS DA PAZ

O amor ao próximo está longe de representar um devaneio beato e piedoso, conto da carochinha para enganar crianças, desavisados e inquilinos de sacristia. Trata-se de uma essencial exigência pessoal e política, sem cujo atendimento não nos poremos a serviço, nem de nós mesmos, nem de ninguém. Amar ao Próximo como a si mesmo é, por excelência, a regra de ouro, cânon fundador da única prática pela qual poderemos chegar a um pleno amor por nós próprios. Sou o primeiro e mais íntimo Próximo de mim, e esta relação de mim para comigo passa, inevitavelmente, pela existência do Outro. Este é o termo terceiro, a referência transcendente por cuja mediação passo a construir a minha auto-estima. Eis aí o modelo da paz. (PELLEGRINO, Hélio. A burrice do demônio. Rio de Janeiro: Rocco, 1989. p. 94)

Texto II

PENSAMENTO DE AMOR

Quero viver de esperança. Quero tremer e sentir! Na tua trança cheirosa Quero sonhar e dormir.

Todo o amor que em meu peito repousava, Como o orvalho das noites ao relento, A teu seio elevou-se, como as névoas, Que se perdem no azul do firmamento. Aqui...além...mais longe, em toda a parte, Meu pensamento segue o passo teu. Tu és a minha luz, - sou tua sombra, Eu sou teu lago, - se tu és meu céu.

À tarde, quando chegas à janela, A trança solta, onde suspira o vento, Minha alma te contempla de joelhos... A teus pés vai gemer meu pensamento.

Oh! diz' me, diz' me, que ainda posso um dia De teus lábios beber o mel dos céus; Que eu te direi, mulher dos meus amores: - Amar-te ainda é melhor do que ser Deus! Bahia, 1865. (ALVES, Castro. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1976. p. 415-6)

Texto III

RONDÓ PRA VOCÊ

De você, Rosa, eu não queria Receber somente esse abraço Tão devagar que você me dá, Nem gozar somente esse beijo Tão molhado que você me dá... Eu não queria só porque Por tudo quanto você me fala Já reparei que no seu peito Soluça o coração bem feito De você. Pois então eu imaginei Que junto com esse corpo magro Moreninho que você me dá, Com a boniteza a faceirice A risada que você me dá E me enrabicham como o que, Bem que eu podia possuir também O que mora atrás do seu rosto, Rosa, O pensamento a alma o desgosto De você. (ANDRADE, Mário de. Poesias completas. São Paulo / Belo Horizonte: Martins / Itatiaia, 1980. V. 1. p. 121 )

Texto IV

O AMOR E O TEMPO

Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera ! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas, que partem do centro para a circunferência, que quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embotalhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê o que não via; e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural de toda esta diferença é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor ?! O mesmo amar é causa de não amar e o ter amado muito, de amar menos. (VIEIRA, Antônio. Apud: PROENÇA FILHO, Domício. Português. Rio de Janeiro: Liceu, 1972. V5. p.43)



Em relação aos textos I, II, III e IV, é correto afirmar que:


O texto I apresenta uma nítida preocupação social, defendendo o amor ao próximo, enquanto o texto IV deixa clara a fragilidade do tempo em relação a sentimentos profundos.


O texto III apresenta o amor a uma mulher real, através de uma linguagem bem próxima da fala coloquial, enquanto o texto II evita o uso de metáforas e do predomínio do sentimentalismo.


Os textos II e III tratam do amor através da idealização da mulher amada e de subjetivismo acentuado.


Os textos I, II, III e IV apresentam o amor como a fórmula possível e necessária para a construção de um modelo de paz duradoura, através da intermediação do Outro - nosso próximo.


O texto I trata do amor ao próximo como a mediação possível e necessária para a construção de auto-estima e o texto IV apresenta a fragilidade do amor sob a ação do tempo.

Respostas

respondido por: erianeoliveira1
5
Alguém sabe a resposta ?


erianeoliveira1: Ola você achou a resposta ?
monicacecikia: A resposta correta: O texto I trata do amor ao próximo como a mediação possível e necessária para a construção de auto-estima e o texto IV apresenta a fragilidade do amor sob a ação do tempo.
monicacecikia: esta correta e corrigida ava .
respondido por: helenbatistamaues
0

A questão está relacionada aos textos: “Os tumultos da paz, Pensamentos de amor, Rondó para você e O amor e o tempo”. Todos os textos falam de sentimentos, ou seja, sobre o amor, porém, cada qual com seu propósito e ponto de vista. Portanto, dentre as alternativas apresentadas no enunciado, está correta a letra E.  

Sobre o amor

Conforme as alternativas apresentadas na questão, o texto I fala de amor e autoestima, e deixa claro que o amor não é apenas um devaneio, porém, é necessário cautela, já que é preciso amar o próximo como a si mesmo.

O texto IV também fala de amor, mas foca na fragilidade que ele apresenta com o passar do tempo.

Notei que a questão está incompleta, seguem alternativas:

  • a) O texto III apresenta o amor a uma mulher real, através de uma linguagem bem próxima da fala coloquial, enquanto o texto II evita o uso de metáforas e do predomínio do sentimentalismo.
  • b) Os textos II e III tratam do amor através da idealização da mulher amada e de subjetivismo acentuado.
  • c) Os textos I, II, III e IV apresentam o amor como a fórmula possível e necessária para a construção de um modelo de paz duradoura, através da intermediação do Outro - nosso próximo.
  • d) O texto I apresenta uma nítida preocupação social, defendendo o amor ao próximo, enquanto o texto IV deixa clara a fragilidade do tempo em relação a sentimentos profundos.
  • e) O texto I trata do amor ao próximo como a mediação possível e necessária para a construção de autoestima e o texto IV apresenta a fragilidade do amor sob a ação do tempo.

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