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Sujeira, bruxas, pessoas morrendo em fogueiras, atraso intelectual, alta religiosidade e pouco valor às artes… Normalmente, é esse o retrato da Idade Média pintado na cabeça dos alunos que vão conhecê-la através dos textos clássicos de História, tanto é que ela ainda é chamada Idade das Trevas. Mas não é preciso de muita pesquisa para descobrir que a realidade é outra, e por dois motivos.
O primeiro é que os mil anos entre os séculos V e XV foram tidos como inferiores justamente pelos pensadores que os sucederam, os renascentistas e iluministas. Eles acreditavam que estavam resgatando o esplendor da Antiguidade, e a Idade Média seria apenas o período “intermediário” entre duas épocas de calorosa produção de conhecimento, arte e beleza. O segundo motivo é que essa denominação universal de “Idade das Trevas” generaliza um período a partir da experiência histórica da Europa, desconsiderando outros povos que, pelo contrário, viveram seus anos mais magníficos justamente nestes anos sombrios.
Iluminura representando o clero, os camponeses e um cavaleiro da nobreza medieval. Fonte: Wikimedia Commons
De um jeito ou de outro, é certo que a Idade Média é muito injustiçada pela historiografia clássica. E, devido a este resquício de preconceito inserido nos estudos, pouco se reconhece do valor, das invenções e das bases que ela lançou para tudo o que nos rodeia hoje. Para acabar com a confusão, selecionamos alguns fatos não tão conhecidos que desmitificam várias ideias que temos dessa época.