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Há 60 anos, em agosto de 1947, o fim do domínio do Império Britânico na Índia resultou não apenas em um, mas em dois países independentes: a própria Índia e o Paquistão. Criado para abrigar a população muçulmana da Índia, o Paquistão era dividido em um território no Oeste e outro no Leste (que em 1971 se tornou Bangladesh). No meio, ficava a Índia, de maioria hindu. Essa partilha do território indiano, baseada na religião, resultou na migração em massa de quase 15 milhões de pessoas: muçulmanos indo da Índia em direção ao Paquistão, hindus e sikhs fazendo o caminho inverso. Mal-preparados para lidar com essa situação, os novos governos não conseguiram manter a lei e a ordem, e a violência eclodiu nos dois lados da fronteira, no que muitos consideram uma das maiores tragédias do século 20. As estimativas sobre o número de vítimas até hoje não são precisas, mas calcula-se que tenham morrido entre 200 mil e 1 milhão de pessoas. Dezenas de milhares de mulheres foram estupradas ou seqüestradas, e cerca de 12 milhões de pessoas se tornaram refugiadas. Saiba mais sobre os fatos que cercaram esse episódio e suas conseqüências: Os britânicos foram acusados de se retirar da Índia rápido demais. Críticos afirmam que eles não conseguiram estabelecer um mapa definitivo das novas fronteiras e fracassaram no planejamento para a migração em massa que se seguiu à divisão do território. A Grã-Bretanha argumenta que foi forçada a agir rapidamente devido à quebra da lei e da ordem, e que quanto mais tempo permanecesse no território, pior ficaria a situação. Além disso, os britânicos afirmam que tinham recursos limitados depois da Segunda Guerra Mundial. Os dois países, já profundamente divididos devido à questão na Caxemira (veja tópico abaixo), buscaram diferentes alianças no cenário internacional. A Índia se voltou para a União Soviética como um aliado estratégico e só foi liberalizar sua economia a partir da década de 1990. O Paquistão escolheu como principais parceiros em sua política externa a China e os Estados Unidos. A Índia sempre conseguiu manter sua estabilidade política, com exceção do estado de emergência declarado pela então primeira-ministra Indira Gandhi em 1975. O Paquistão, no entanto, desde sua criação foi governado na maior parte do tempo por militares. A disputa pelo território da Caxemira, no Himalaia, foi o motivo de duas das três guerras entre a Índia e o Paquistão. A Caxemira tinha uma população majoritariamente muçulmana, mas um governante hindu, que acabou se unindo à Índia em troca de ajuda militar. Poucos meses depois da independência do domínio britânico, a Índia e o Paquistão já estavam em guerra no território. A disputa continua sem solução. Testes nucleares feitos pela Índia e pelo Paquistão em 1998, com apenas semanas de distância um do outro, provocaram preocupação internacional. Em maio de 1999, havia o temor de um conflito nuclear entre os dois países, depois que forças apoiadas pelo Paquistão invadiram uma área montanhosa da Caxemira na Índia. Em 2004, um importante cientista nuclear paquistanês, AQ Khan, confessou ter vendido tecnologia para fabricação de armas nucleares à Líbia, ao Irã e à Coréia do Norte. A Índia é vista como uma das superpotências do século 21, com uma população que deverá superar a da China até 2050. A economia indiana vem registrando altas taxas de crescimento e de investimento estrangeiro. O Paquistão também tem registrado crescimento econômico, mas muitos temem que a estabilidade do país esteja ameaçada pela militância islâmica e pelas incertezas políticas
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