• Matéria: História
  • Autor: Juliani260306
  • Perguntado 8 anos atrás

Origem do romeu e Julieta

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respondido por: mariaaraujo25t
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Em -parte alguma do mundo seria necessário explicar a origem de Romeu e Julieta, os infelizes amantes de Verona. Antes, porém, que o gênio de Shakespeare se apoderasse da história que corria na boca do povo humilde, e dela fizesse o monumento literário que conhecemos, era assim, singelamente, que se passava de pais a filhos a triste história das jovens vítimas que redimiram, com o seu amor imortal, a longa herança de sangue e de ódio que lhes roubou a vida.

ROMEU E JULIETA

COMPRIDA é a história dos ódios entre os Capuleti e os Montecchi. Tais ódios ti nham origem em qualquer remota afronta; talvez um homicídio. Era uma série jamais acabada de encontros, punhaladas, duelos, espadas em punho…

Verona inteira tinha sempre algo a dizer sobre o último conflito entre os criados de uma e de outra casa, quando uma noite…

Em uma dessas noites em que o ar parece carregado de um sortilégio especial. A cidade dormia. Mas no palácio de Capuleto todos os vitrais góticos das janelas resplandeciam de luz. De vez em quando ouviam-se passos sobre o pavimento da rua. Grupos de homens e mulheres ataviados com trajos vistosos, cobertos com máscaras, embuçados em capas coloridas, iam chegando à porta do palácio, iluminada com tochas.

No interior, a sala de festas surgia profusamente provida de luzes. Vários criados, distribuídos por ela, achavam-se prontos para servir o vinho e os manjares. Os músicos atacavam os primeiros compassos de uma dança. Junto à porta, messere Capuleto recebia com jovialidade seus hóspedes. Mostrava-se espirituoso, festivo. Para cada qual usava uma frase amável, um gracejo, um refrão a propósito, certas saídas picantes. Tratava todos com franqueza e familiaridade. A sala acabou por encher-se por completo, e as danças animaram-se. Sob as máscaras, risos, olhares maliciosos, frases insinuantes…

A festa já estava em seu ponto culminante, quando Teo-baldo aproximou-se de messere Capuleto, seu tio. Deixou cair-lhe ao ouvido algumas palavras: um Montecchio se havia introduzido na festa… Exatamente Romeu, o herdeiro da família.

Messere Capuleto procurou acalmar a irritação de seu sobrinho. Romeu era um jovem estimável, que todos na cidade conheciam como bom e digno. Ademais, já que estava em sua casa, o velho Capuleto considerava-se sujeito ao respeito que se deve aos hóspedes. Não podia desonrar seu teto, enfrentando-o ali.

Por que razão fora êle meter-se precisamente na casa de seu inimigo? Não era aquilo uma provocação? — pensava Tepbaldo.

Não: não era. Romeu, justamente, ficava bastante à margem da luta com os Capuleti. Seu natural simples, bondoso, afastava-o delas. Sua nobreza impedia-o de entrar em casa de seus inimigos com intenções pouco retas.

Outra coisa ali o levara. Entrara furtivamente, seguindo os passos de uma mulher que lhe tirara o sono e o apetite. Entrara sem outra preocupação senão a de receber a esmola de um olhar de Rosalina, um seu sorriso amável.

Mas, acompanhando com os olhos as idas e vindas da moça, Romeu depressa encontrou uma nova atração. Foi como que a interferência de uma luz violenta naquela sua tensa contemplação. E, dentro de alguns instantes, depois de ter durante meses ocupado com ela os sentidos, a memó-ria, a imaginação e a vontade, Rosalina desapareceu do Olimpo mental do jovem Montecchio.

Achou-se, pois, quase sem o perceber, seguindo os pas-sos de uma jovem loura, esbelta, belíssima, muito jovem, que era conduzida pela mão de um homem de fidalgo porte. De vz em quando dançava com êle, e às vezes passava muito perto de Romeu. Ou era êle quem se aproximava dela?

Indagou de um criado, que não soube dizer-lhe quem era a moça. Aproximou-se de novo, a jovem, e dessa vez ficou sozinha, junto de uma coluna. Romeu ali estava, quase roçando por ela. Não precisou pensar muito, e seus lábios já estavam falando.

— Se com minha mão, muitíssimo indigna, profano este santo relicário.. .

E sua mão apanhava, com efeito, aquela outra, de dedos compridos e finos, de pele suavíssima.

Foi tudo rápido, maravilhoso. Os olhos comunicaram fogo, e as palavras trocaram paixão. Foi coisa de alguns segundos. Depois, um beijo que parecia selar amor de vários anos. Ao abandonar o palácio dos Capuleti, Romeu ia absorto, com o coração inquieto. Seus companheiros, Mer-cuecio e Benvoglio, que o haviam acompanhado, gracejavam ainda com êle, a respeito de Rosalina. Entretanto, o jovem levava Julieta no sangue. Sim: Julieta Capuleto. A filha do dono da casa em que se introduzira furtivamente.

Mercuccio mostrava-se falastrão e chistoso. Falava de Romeu ao amigo, e ambos nem perceberam que êle se ia atrasando no passo, e que, por fim, perdiam-no.
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