o teatro de Gil Vicente se expressa em linguagem poética.É composto em versos, Nos quais rimas, ironias, eufemismos, antíteses e neologismos (Criação de uma expressão ou de uma palavra nova)constituem recursos para a construção de uma nova sátira mordaz focada na crítica aos vícios humanos.
a) no trecho lido, o Diabo se refere ironicamente ao corregedor como "amador e perdiz". Por que ele usa essa expressao?
Respostas
Na obra de Gil Vicente, "O Auto da Barca do Inferno", o Corregedor (magistrado com autoridade sobre os juízes, simbolizando o poder judicial com a vara na mão e processos representativos de sua profissão) entra em cena e se dirige ao diabo perguntando se ali se encontra o senhor juiz e este por sua vez, apelida-o ironicamente de "amador de perdiz".
As perdizes eram símbolo de corrupção dos indivíduos que se deixavam subornar, inferindo que o corregedor trabalhava de forma desonesta e se vendia facilmente, práticas que tornavam-o digno de embarcar direto para o inferno.
Resposta:
A) No trecho lido, o Diabo se refere ironicamente ao corregedor como "amador de perdiz". Por que ele usa essa expressão?
Resposta: Possivelmente porque essa ave era dada com frequência ao Corregedor em troca de favores.
B) O Diabo chama o Corregedor de "descorregedor". Qual é o significado desse neologismo na cena?
Resposta: Pessoa que descumpria a lei, ou seja, não fazia justiça.
C) Eufemismo é o emprego de uma palavra ou de uma expressão no lugar de outra que é considerada desagradável, com o fim de causar menos impacto, como, por exemplo, o uso de descansar no lugar de morrer. No trecho lido, que eufemismo o Diabo emprega para se referir ao inferno?
Resposta: Emprega o eufemismo "lago dos cães".
D) O teatro de Gil Vicente faz uso das métricas mais utilizadas na poesia medieval. Faça a escansão de alguns versos do trecho lido e identifique o tipo de verso empregado pelo dramaturgo nesse auto.
Resposta: redondilha maior (versos de 7 sílabas poéticas)