• Matéria: Português
  • Autor: OliveiraMaia
  • Perguntado 8 anos atrás

Identifique duas características simbolistas presentes no soneto (vandalismo)

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respondido por: Vitormanoel029
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Otto Maria Carpeaux observou que, "no sentido brasileiro do termo, Augusto dos Anjos não é simbolista; mas pode ser assim considerado no sentido mais largo da palavra, conforme o que foi o simbolismo na poesia européia". Péricles Eugênio da Silva Ramos lembra que Augusto conservou hábitos simbolistas em sua poesia; e "seus versos, apesar do cunho individual que assumem, com o cientificismo do Poeta, conservam-se freqüentemente de expressão simbolista, e mesmo de ar encantatório nos próprios termos científicos, que perdem muitas vezes toda a univocidade para se tornarem ambíguos e misteriosos". E acrescenta: "A posição de Augusto dos Anjos não deve, pois, comportar muita dúvida: pode ser encaixado em nosso Simbolismo, como, talvez, o último de nossos decadentes: sua poesia revela-se por vezes repulsiva e profanadora, o que era de sua intenção". Andrade Muricy, profundo estudioso do Simbolismo, escreveu em sua obra um interessante capítulo intitulado "Augusto dos Anjos e o Simbolismo", no qual diz que ele "seria o poeta que foi em qualquer época literária. Tal, porém, como se cristalizou, precisamente assim, só o pôde ser porque passou pela atmosfera do simbolismo". Muricy aborda, com segurança, as influências que o poeta sofreu de Baudelaire, Cesário Verde, Antero de Ouental e, principalmente, de Cruz e Sousa. E fala na "legitima sucessão recebida de Cruz e Sousa por Augusto dos Anjos", ressaltando, mesmo, "os encontros de temática e até de expressão verbal entre os dois poetas brasileiros. Muricy foi muito feliz na sua observação, ao expender que o movimento simbolista já se rarefazia, quando Augusto dos Anjos, pela casa dos 22 anos de idade, em 1906, veio a definir sua personalidade. E o poeta pôde, dessa maneira, "formar-se livre da atmosfera perturbadora, densa e imperiosa do fim do século". Antonio Tôrres, depois de dizer que esse poeta singular versificava com elegância e brilho, "possuindo uma alma verdadeira de poeta e de idealista", acrescentou, judiciosamente: "No mundo ele via sempre as combinações cósmicas, as alianças elementares, as convulsões sísmicas, as revoluções latentes do Universo, submetidas à fatalidade das leis físicas e biológicas e tendendo para a harmonia e unidade da Vida". Leodegário A. de Azevedo Filho, após afirmar que Augusto dos Anjos "procurou atingir o infinito através da matéria", escreveu: "A sua concepção de amor é espiritualizada, pouco tendo de erótica. 
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