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Por um mundo mais gentil
por Francisco Russo
O período escolar nunca é fácil, seja pelas dificuldades inerentes de aprendizado aliado à pressão em não ser reprovado ou mesmo pelo convívio com completos desconhecidos, sem os mimos típicos da vida em família. Independente dos problemas enfrentados, trata-se de um imenso aprendizado sobre como se comportar em sociedade, para o bem e para o mal. Extraordinário, adaptação do livro homônimo escrito por R.J. Palacio, aborda exatamente esta questão, potencializada pelo protagonismo de um garoto de 10 anos que, devido a deficiências de nascença, passou por 27 cirurgias plásticas - o que, inevitavelmente, gera reflexos na forma como é encarado por todos à sua volta.
Em uma realidade tão complexa, rodeada por todo tipo de preconceito, chama a atenção como o livro - e, consequentemente, o filme - busca alguns confortos a seu personagem principal: o núcleo familiar absolutamente acolhedor, sem grandes atritos entre seus integrantes, e um certo tom lúdico com base em um adorado ícone universal: Star Wars. Como não abrir um sorriso ao ver aquela criança de olhar tão tristonho a cada novo encontro com Chewbacca? Com habilidade, Palacio - e os roteiristas do filme, Steve Conrad, Jack Thorne e o próprio diretor Stephen Chbosky - encontraram um meio-termo entre a dor e a felicidade que, personificado em uma criança, comove. Mas não é só.
Por mais que seja um filme claramente emotivo - mas sem cobrar o choro do espectador, é bom deixar claro -, Extraordinário se apropria de certos maniqueísmos típicos nesta busca pelo coração do espectador. Se o elo emocional com cachorros apela para o lado afetivo de cada um e a própria conjuntura em torno do garoto é milimetricamente calculada de forma a não gerar ruídos ao tema principal, é difícil resistir ao carisma e à ternura de Jacob Tremblay como o jovem Auggie. Trata-se de uma escolha precisa que, aliado ao competente trabalho de maquiagem, apresenta um personagem absolutamente encantador, seja nas angústias ou mesmo nos momentos de autoironia. Difícil não se render a ele, ou mesmo a outros dois jovens que o rodeiam: Izabela Vidovic, intérprete da irmã Via, e Noah Jupe, como o amigo Jack Will.
Neste aspecto, Extraordinário ganha relevância também ao ressaltar a individualidade dos jovens a partir de suas angústias pessoais, por mais que a divisão do filme a partir dos personagens soe um tanto quanto esquemática. Ainda assim, tal diversidade amplia o leque emocional retratado em cena, trazendo ao filme camadas necessárias para evitar um foco excessivo (e desgastante) em Auggie. Por outro lado, é importante também ressaltar que nenhuma das subtramas possui um grande aprofundamento, tendo como objetivo maior trazer mais informações acerca da personalidade do retratado.
Há ainda Julia Roberts e Owen Wilson, os pais de Auggie. Se ele praticamente reprisa o personagem de Marley & Eu, a partir do já conhecido - e mais uma vez funcional - perfil boa praça, ela é competente ao compor a mãe amorosa e rigorosa, que tenta conciliar aspirações profissionais com a vida em família. Entretanto, o real motivo pela escolha de Julia está em seu marcante sorriso, luminoso sempre que surge em cena.
Repleto de boas intenções, Extraordinário equilibra bem as mensagens edificantes intrínsecas com o carisma de um bom elenco e uma direção cuidadosa, que dosa com competência e sensibilidade os inevitáveis momentos emocionais de sua trajetória. Bom filme, com boas chances de arrancar uma lágrima do espectador.
O filme o Extraordinário de R. J. Palacio trata de história de Auggie Pullman e todas as aventuras vividas pelo garoto que possui uma condição especial, ao ter nascido com uma deformidade no rosto que além de muitas cirurgias já havia lhe rendido muito receio em se relacionar socialmente.
Desse modo, demorou até que o garoto decidisse e seus apoiassem sua inserção na escola formal, pois durante muito tempo foi educado em casa. Para se proteger e por solidariedade aos colegas, o menino passa a usar um capacete de astronauta e esconder sua condição.
O filme o Extraordinário ensina sobre a empatia, bondade e o amor próximo, para que se evite julgar sem necessidade e se acolha as pessoas que são "diferentes".
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Bons estudos!