• Matéria: Português
  • Autor: jaciararibeirop8xoiq
  • Perguntado 7 anos atrás

método histórico-comparativo?

Respostas

respondido por: dn345
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O método comparativo aplicado ao estudo das línguas constitui uma área de conhecimento que conta mais de duzentos anos. Com efeito, o comparatismo situa-se na base da formação da linguística moderna, a qual tem início, no século XIX, com o estudo das línguas indo-europeias, a então chamada “gramática comparada”, que visava à reconstituição da “língua-mãe”. Nesse domínio, em que se lidava com um conjunto de fatos relativamente limitado, envolvendo, de início, a comparação entre o grego, o latim e o sânscrito, a que logo se ajuntam o gótico e o celta, teorias e métodos puderam ser testados, na esfera da fonética, da fonologia, da morfologia e, em escala menor, também da sintaxe. Apenas para citar um exemplo, Ferdinand de Saussure (1857-1913) – cujo Curso de Linguística geral, publicado postumamente, em 1916, a partir das anotações de aula feitas por seus alunos, é considerado a primeira obra da linguística moderna – formou-se no campo da linguística comparada, tendo-se tornado conhecido pela Memória sobre o sistema primitivo das vogais nas línguas indo-europeias, livro aparecido em 1879. 1. A descoberta do indo-europeu Pode afirmar que o fato mais determinante para a fundação da linguística comparada foi a “descoberta” do sânscrito pelos estudiosos europeus, o que se dá a partir do século XVI, num processo que se desdobra lentamente. De fato, apenas no século XVIII apareceram a primeira gramática sânscrita escrita por um europeu e o primeiro dicionário malaio-sânscrito-português (o português era, então, a língua europeia predominante na Índia), ambos da autoria do jesuíta alemão Johann Ernst Hanxleden (1681-1732). Contudo, a obra que foi fundamental para difundir o sânscrito na Europa só aparece em 1808, da autoria de Friedrich Schlegel (1772-1829), Über die Sprache und die Weisheit der Inder (Sobre a língua e a sabedoria dos hindus), a partir da qual ganhou força a tese da existência de um grupo linguístico indo-europeu.
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