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São muitas as lendas nas quais as fronteiras – representadas, nesta geografia do sonho, por portos, passagens, istmos, canais ou deltas – são guardadas por gigantes. Glissant (2006) explica que, por ser colossal, este personagem é capaz de ver os dois lados da divisa, o que lhe permite conceber tanto a necessária aliança, quanto a imprescindível particularidade de cada um deles. Segundo o autor, não é por acaso que, na maior parte das mitologias populares, o gigante é bom: ele tudo compreende da fronteira, porque vislumbra ambas as direções. 2A ideia de fronteira povoa o imaginário por ser inquietante. O seu traçado é carregado de fenómenos: pode ser desenho – um risco no mapa ou um muro erguido sobre o chão – e pode ser processo (Newman, 2006). Pode encarnar na concretude do cimento ou na abstração da metáfora. Pode ser usada para explicar o que separa os grupos sociais, mas também o que os une. Está assente em limites, bem como na sua transgressão (Santos, 2002). É possível recorrer ao termo para tratar da divisão entre nações, da globalização, das identidades, da expansão agrícola e de muitos outros temas, a partir de diferentes ângulos, muitos deles contraditórios entre si.
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