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A Partilha da Ásia
Em geral, o modo de produção dos países asiáticos era formado pela união da pequena produção agrícola com a indústria doméstica, compondo pequenas comunidades economicamente auto-suficientes. O comércio de produtos europeus, principalmente os ingleses, destruiu rapidamente essa indústria artesanal, ficando a população local na exclusiva dependência da agricultura. Tornavam-se, assim, abastecedores de víveres e matérias-primas da Europa.
Uma das regiões mais cobiçadas por diversas nações européias no decorrer dos séculos XVI a XIX foi a Índia. Os ingleses, no século XIX, assenhorearam-se da maior parte de seu território até o Ceilão (Sri-Lanka). Astutamente, impediram o surgimento de um poder central forte e estabeleceram um regime de "protetorado" sobre a Índia – regime que, na prática, significava a intervenção na administração local. Pela força ou pela intriga, os principados em que a Índia estava dividida iam sendo submetidos à administração da Companhia das Índias Orientais, empresa britânica que detinha o monopólio do comércio com o Oriente.
Em 1857, a revolta dos Cipaios, primeiro movimento nacionalista indiano, colocou em perigo o domínio inglês, mas foi sufocada dois anos depois.
Em 1877, a rainha Vitória, soberana britânica, era sagrada imperatriz da Índia. Poucos meses depois, em 15 de agosto do mesmo ano, o escritor português Eça de Queiroz escrevia sobre a Índia em Crônicas de Londres: "A grande fome é sucedida por uma fome maior, e diante da calamidade os celeiros acham-se vazios, as economias da nação, exaustas, o tesouro do governo gasto e a esperança perdida… Isso explica por que já morreram nas primeiras semanas de escassez 500 mil pessoas".