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A Era Vargas compreende o período que vai da Revolução de 1930 e a derrubada do poder de Washington Luís até o fim do governo de Getúlio Vargas, quinze anos depois.
De fato, tal época marcou de forma definitiva a história da nação brasileira, uma vez que importantes fatos ocorreram no período, como o envolvimento do Brasil na Segunda Guerra Mundial, a criação das leis trabalhistas, a elaboração de duas Constituições federais e a criação dos Ministérios de Saúde e da Educação.
Após ser nomeado presidente em 1930, Getúlio Vargas procurou modernizar a economia brasileira. Para isso, criou importantes obras de infraestrutura, estimulou a industrialização e a substituição da mão-de-obra imigrante pela nacional, além de desenvolver propostas interessantes, como a criação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Vargas também adotou uma política de valorização do café, melhorando sua imagem perante as oligarquias paulistas. Para cair nas graças do povo, Getúlio usou uma série de medidas populistas e adotou tons nacionalistas em suas decisões. A criação do salário mínimo e da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) foram exemplos disso.
Getúlio Vargas em visita à cidade de Porto Velho.Em 1932, Getúlio Vargas deu os primeiros sinais de autoritarismo ao derrubar a Constituição brasileira, fato que lhe deu plenos poderes para nomear prefeitos e interventores nos Estados conforme seu interesse.
Tal situação desagradou grandemente a classe média paulista, que deu início a um movimento de luta por uma nova Constituição: a Revolução Constitucionalista de 1932. Embora os revoltosos tenham perdido o conflito, Vargas acabou convocando a Assembleia em 1933 e aprovando a Constituição de 1934. O novo documento trouxe uma série de boas mudanças, como a adoção do voto secreto, feminino e da obrigatoriedade do ensino primário.
Ao período que vai de 1934 a 1937 chamamos de Governo Constitucionalista da Era Vargas. O mesmo foi marcado pela influência das correntes ideológicas europeias e pela polarização entre a Aliança Nacional Libertadora (ANL), partido que pregava o comunismo, e a Ação Integralista Brasileira (AIB), a qual pregava o fascismo.
Vargas era contrário aos ideais socialistas, aspecto que o levou a fechar a Aliança Nacional Libertadora e a declará-la como um partido ilegal. A grande preocupação de Getúlio em relação à difusão do socialismo no Brasil o levou a exercer tamanho autoritarismo frente aos simpatizantes dos ideais comunistas, que na maioria das vezes eram presos por suas convicções.
Propaganda do Estado Novo, mostrando Getúlio Vargas ao lado de crianças.Os comunistas se revoltaram contra Getúlio e, em 1937, planejaram um grande conflito que tinha por fim a construção de um novo governo, capaz de agir conforme os ideais do socialismo: a Intentona Comunista. Entretanto, Vargas conseguiu conter o movimento com relativa facilidade e acabou saindo fortalecido do episódio.
Ainda em 1937, Getúlio preparou um golpe para continuar no poder, uma vez que no ano seguinte ocorreriam eleições. Com o apoio dos militares e de grande parte da população, o mesmo conseguiu derrubar novamente a Constituição e iniciar mais uma fase da Era Vargas, marcada pela centralização do poder.
Para se ter uma ideia, os partidos foram proibidos de se manifestar, o Congresso foi fechado, sem contar a criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), órgão que tinha a função de fiscalizar a imprensa e difundir uma boa imagem de Vargas para o povo, como uma espécie de “pai dos pobres”. A Era Vargas se findou em 1945, quando um golpe militar obrigou o presidente a se retirar do poder. Entretanto, Getúlio acabou voltando a ocupar a presidência do Brasil cinco anos depois, em 1950.
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