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É grave a escassez de energia elétrica: cerca de 400 milhões de indianos não têm acesso à ela. Em boa parte das cidades, inclusive em metrópoles como a própria capital, falta luz diariamente por algumas horas. Hoje, a Índia – que importa 85% de seu petróleo cru – é o sexto maior consumidor mundial de energia: o carvão é a sua principal fonte energética.
Os empresários só reivindicam, como é praxe no mundo neoliberal, além da melhora da infraestrutura, reformas trabalhistas e a abertura ao capital estrangeiro nos serviços financeiros. No final de 2012, o governo anunciou a permissão da entrada do capital estrangeiro nos mercados de seguros, pensões, nas empresas indianas de aviação, de rádio e de televisão, além do comércio varejista.
Com 17% da população mundial e apenas 2,8% do PIB global, a Índia tem 1/3 dos miseráveis do mundo, cerca de 455 milhões de pessoas, mais do que o dobro da população brasileira. Lá, segundo Florência Costa, “pobre é magro, rico é gordo. Por isso, a gordura sempre foi glorificada como sinal de poder”. A Índia também tem sérios problemas hoje com doenças ligadas à obesidade, mas elas atingem apenas à classe média.
Há uma crise de subnutrição e até desnutrição, não só na miséria faminta do interior, mas também nas favelas de Mumbai: entre 40% e 60% das crianças até 4 anos apresentavam esses sintomas. A cada ano, cerca de 3,5% das crianças morrem antes dos 6 anos, inclusive de fome, nessa cidade que é o centro financeiro da Índia.
A Índia talvez seja o país pobre mais rico do mundo, ou seja, um país rico com uma impressionante economia de Primeiro Mundo habitado por um dos povos mais pobres do Planeta. O Índice de Fome Global de 2011 situa-a em 67o. lugar entre os 81 piores países em termos de subnutrição; 2/3 da população indiana não estão comendo o mínimo de calorias diárias. E a situação piorou entre 1993-94 e 2009-10, justamente na “Era Neoliberal”.