Preciso de ajuda pra fazer uma analise desses 2 poemas. Algume me ajuda
1• Ninguém saberá da secura de nossos olhos
Ninguém saberá da secura de nossos olhos
da dureza de nossa boca ninguém saberá
do fio das unhas da dor no dente
do sangue guardado no fundo da gaveta
ninguém adivinhará os jardins atrás do muro fechado
ninguém quebrará o ferro do portão
ninguém violentará o secreto
ninguém te tocará profundamente
ninguém te saberá
ninguém.
Por isso olhamos as nuvens
sentados ao vento que não sopra
enquanto os balanços rangem
os rádios cantam
e a rua intocável como um quadro
pintado por outro.
Por isso olhamos em volta
e o que se passa além de nossa (uma palavra ilegível)
não nos soluciona
(ninguém sabe
ninguém saberá).
O caule quebrado do girassol
o livro de Toynbee sobre os degraus
a caneta riscando o papel
as nuvens
a tarde
a rua
o medo.
2• Invernal
Quero afundar no meu canto
até o fundo mais fundo
onde só há o eu sozinho
amor, terreno vedado
para os passos que tentei.
Quero morrer no meu canto
como morrem os elefantes
como adoecem os cães
completamente escondidos
amor, espaço minado
cheio de cacos de vidro
meu rosto tem sombras duras
minhas mãos têm gestos duros
seus olhos têm vista dura
amor, espinho cravado
que ninguém tirou de mim
estou no fundo do poço
em pleno meio de agosto
nenhum fiapo de luz
iluminando meu canto
amor, espelho quebrado
e sete anos de azar.
ragogehlen:
De qual autor é esse segundo poema?
Respostas
respondido por:
2
Para você interpretar um poema, pode ser muitas vezes, desafiador. Assim como esse, pois à análise acaba extrapolando os sentidos, e muitas vezes precisamos ir além; no sentido de conhecer mais afundo o autor do poema, assim, como prestar atenção aos detalhes!... Note, que ele deixa uma marca no poema, um sinal, onde o usa para transmitir uma ideia de segredo, pois, ninguém saberá!...Mas, não é qualquer segredo, é um segredo dele, pessoal, que se vier a público, então, o julgaram. Por isso, que por último, e finalizando, ele coloca o medo. Daí, podemos deduzir muitas coisas, mas talvez, o mais evidente, seria a homossexualidade que ele tem vergonha e o esconde.Agora, se tu pesquisar sobre o autor, verá que ele foi homossexual. Esse poema é de Caio Fernando Abreu, que por sinal, é um baita escritor.Também note, que ele cita no poema, sobre o livro de Toynbee sobre os degraus. O que ele quis dizer é que a história do segredo dele ficou nos degraus, está ali, escondida e ninguém saberá. Toynbee foi um historiador que faleceu em outubro de 1975. Aí, podes deduzir, que ele também citou de forma indireta, colocando o ano no começo, mas dando luzes ao mês de dezembro, que por sinal, talvez seria uma data especial para o escritor.
Poema, textos diversos, são pessoais, a atenção ao ler e reler os mínimos detalhes, faz a diferença. Siga o meu alvitre, faça-o, pois só assim terás apreendido fazer a análise e as interpretações adequadas. No fundo, nunca saberemos o que o autor quer nos passar, é inerente do ser dele. Assim como nós, cada um tem uma interpretação diferente. Mas podemos chegar próximo, é o mais coerente.
No segundo poema (que inclusive é do mesmo autor), faz menção a solidão e também um amor não resolvido, que no frio do inverno aconchega-se no canto, no fundo, sozinho. Aí dá para extrapolar, pensando que ele, quando faz isso, fica ali, pensando, rebobinando aquele amor inacabado, em cacos, conforme o poema.
Seria isso amigo, espero ter ajudado, mas sugiro deixar o medo de lá e colocar mais vontade na leitura, não é difícil, é só querer!...
Poema, textos diversos, são pessoais, a atenção ao ler e reler os mínimos detalhes, faz a diferença. Siga o meu alvitre, faça-o, pois só assim terás apreendido fazer a análise e as interpretações adequadas. No fundo, nunca saberemos o que o autor quer nos passar, é inerente do ser dele. Assim como nós, cada um tem uma interpretação diferente. Mas podemos chegar próximo, é o mais coerente.
No segundo poema (que inclusive é do mesmo autor), faz menção a solidão e também um amor não resolvido, que no frio do inverno aconchega-se no canto, no fundo, sozinho. Aí dá para extrapolar, pensando que ele, quando faz isso, fica ali, pensando, rebobinando aquele amor inacabado, em cacos, conforme o poema.
Seria isso amigo, espero ter ajudado, mas sugiro deixar o medo de lá e colocar mais vontade na leitura, não é difícil, é só querer!...
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