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Esta dissertação trata das relações de poder. Inicialmente, procuramos compreender como Michel Foucault compreende o poder, ou melhor, para ele não existe o poder, mas sim relações de poder, que através de seus mecanismos atua como uma força coagindo, disciplinando e controlando os indivíduos. Para Foucault, na modernidade, à medida em que foram mudando as relações sócio políticas e econômicas, também foram sendo produzidas novas relações de poder, mais adequadas às necessidades do poder dominante. Este processo atinge um tal grau de eficiência, complexidade/simplicidade que o poder parece adquirir vida própria, como se prescindisse dos indivíduos. Assim, o poder parece simplesmente funcionar independente dos indivíduos. Através do aparato ideológico, burocrático e bélico, o poder se exerce, coagindo e fazendo com que os indivíduos se submetam, pois, apesar de o poder parecer invisível, adquire força na medida em que os indivíduos transformam-se numa espécie de correia de transmissão e de reprodução. De acordo com essa concepção, o poder de uma forma rude e grosseira, evolui e apresenta-se de forma sofisticada e sutil.
Depois de procurar sistematizar a concepção de poder de acordo com a perspectiva de Michel Foucault, analisamos rapidamente as relações de poder na universidade brasileira para, finalmente, analisar as relações de poder na Unioeste.
No que tange às relações de poder exercidas na universidade brasileira, nos valemos de contribuições de intelectuais como Sérgio Buarque de Holanda, Raymundo Faoro, Nelson Werneck Sodré, Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes e Hélio Jaguaribe. Estes autores nos ajudam a compreender como foi se formando nossa cultura, que Sodré denomina de “civilização transplantada” e que Darcy Ribeiro define como “cultura transplantada”. Buarque de Holanda reforça esta idéia dizendo que “de lá (dos países ibéricos) nos veio a forma atual de nossa cultura; o resto foi matéria que se sujeitou mal ou bem a essa forma”.
Assim, quer seja pelos atos de força escrachados, quer através pelo patrimonialismo e/ou seu co-irmào o mandonismo, a universidade brasileira tem padecido sobre as diversas formas de arbitrariedades, ambas nocivas à sua própria função, contribuindo para o atual estado em que ela se encontra e para a reprodução das classes privilegiadas.
Com o golpe de 1964, as tendências centralizadoras e autoritárias se manifestam de forma mais explícitas. Isto pode-se verificar principalmente na USP, UNB, UFMG e na UNICAMP, onde “a intervenção realmente foi ... uma catástrofe tão grande... de um autoritarismo tão baixo ... que realmente levantou desde aquele pequeno cientista mais concentrado na sua pequena cátedra dentro de seu minúsculo laboratório até o militante mais exaltado”, diz Jurandir Fernando Ribeiro Fernandes. José Arthur Giannotti diz que a universidade se transformou numa “enorme máquina, altamente sofisticada e complexa, que engole e produz saberes, sábios e sabidos” e administrar virou sinônimo de “vigiar e punir”, diz Antônio Muniz de Rezende.
Ao final da pesquisa, constatamos que a concepção de poder em Michel Foucault revelou-se insuficiente para explicar e compreender as relações de poder exercidas tanto na universidade brasileira, como na Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Verificamos que o patrimonialismo e o mandonismo, o uso do poder de forma grosseira, é a marca do poder, ao menos nesse período.
Ou seja, os fatos e as relações de poder vividos na Unioeste revelam que não podem ser compreendidos se forem analisados apenas no âmbito da instituição. Estão relacionados ao contexto mais amplo, à realidade brasileira, ao atual estágio de desenvolvimento do modo de produção capitalista e às características típicas dos grupos e classes dominantes locais.
Depois de procurar sistematizar a concepção de poder de acordo com a perspectiva de Michel Foucault, analisamos rapidamente as relações de poder na universidade brasileira para, finalmente, analisar as relações de poder na Unioeste.
No que tange às relações de poder exercidas na universidade brasileira, nos valemos de contribuições de intelectuais como Sérgio Buarque de Holanda, Raymundo Faoro, Nelson Werneck Sodré, Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes e Hélio Jaguaribe. Estes autores nos ajudam a compreender como foi se formando nossa cultura, que Sodré denomina de “civilização transplantada” e que Darcy Ribeiro define como “cultura transplantada”. Buarque de Holanda reforça esta idéia dizendo que “de lá (dos países ibéricos) nos veio a forma atual de nossa cultura; o resto foi matéria que se sujeitou mal ou bem a essa forma”.
Assim, quer seja pelos atos de força escrachados, quer através pelo patrimonialismo e/ou seu co-irmào o mandonismo, a universidade brasileira tem padecido sobre as diversas formas de arbitrariedades, ambas nocivas à sua própria função, contribuindo para o atual estado em que ela se encontra e para a reprodução das classes privilegiadas.
Com o golpe de 1964, as tendências centralizadoras e autoritárias se manifestam de forma mais explícitas. Isto pode-se verificar principalmente na USP, UNB, UFMG e na UNICAMP, onde “a intervenção realmente foi ... uma catástrofe tão grande... de um autoritarismo tão baixo ... que realmente levantou desde aquele pequeno cientista mais concentrado na sua pequena cátedra dentro de seu minúsculo laboratório até o militante mais exaltado”, diz Jurandir Fernando Ribeiro Fernandes. José Arthur Giannotti diz que a universidade se transformou numa “enorme máquina, altamente sofisticada e complexa, que engole e produz saberes, sábios e sabidos” e administrar virou sinônimo de “vigiar e punir”, diz Antônio Muniz de Rezende.
Ao final da pesquisa, constatamos que a concepção de poder em Michel Foucault revelou-se insuficiente para explicar e compreender as relações de poder exercidas tanto na universidade brasileira, como na Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Verificamos que o patrimonialismo e o mandonismo, o uso do poder de forma grosseira, é a marca do poder, ao menos nesse período.
Ou seja, os fatos e as relações de poder vividos na Unioeste revelam que não podem ser compreendidos se forem analisados apenas no âmbito da instituição. Estão relacionados ao contexto mais amplo, à realidade brasileira, ao atual estágio de desenvolvimento do modo de produção capitalista e às características típicas dos grupos e classes dominantes locais.
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