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Banhistas que desobedecerem as orientações do Corpo de Bombeiros e nadarem ou mergulharem em áreas proibidas na orla de Pernambuco por causa do risco de ataques de tubarões podem agora ser detidos e levados à delegacia.
É o que determina um decreto assinado pelo governador João Lyra Neto (PSB-PE) no final de julho que altera um outro decreto, de 1999. O documento da época já proibia a prática de surfe, body boarding e outras atividades náuticas na faixa litorânea entre os municípios de Olinda (norte) e Cabo de Santo Agostinho (sul), trecho que inclui a praia de Boa Viagem, no Recife.
Agora, também estão proibidos mergulho e natação, exceto em trechos das praias que são protegidos por arrecifes naturais. As áreas em que há risco de ataque de tubarão já são sinalizadas com placas e bandeiras vermelhas na areia.
Com a alteração na regra, a Secretaria de Defesa Social explica que o banhista que desrespeitar a orientação dos bombeiros deverá ser encaminhado a uma delegacia, onde assinará um TCO (termo circunstanciado de ocorrência) por desobediência.
De acordo com a secretaria, a alteração no decreto ocorreu depois que um bombeiro ouviu de um banhista que fazia pesca submarina atrás da barreira de arrecifes que não precisava sair da água porque a lei restringia apenas as práticas de surfe e body boarding.
O litoral pernambucano é conhecido pelo alto índice de ataques de tubarões. Nos últimos 22 anos, 59 pessoas foram atacadas no Grande Recife e 24 delas morreram, segundo o Cemit (Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões). O último caso foi em julho do ano passado, quando uma turista paulista morreu após um ataque.
Desde o final de julho, uma organização não-governamental dos Estados Unidos, a Ocearch, está no litoral do Nordeste capturando, marcando e devolvendo ao mar tubarões. O objetivo dos pesquisadores é monitorar os animais e estudar a rota que eles seguem. Com as informações coletadas, eles esperam encontrar saídas para evitar novos ataques.