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A Alemanha é um dos países mais poderosos do mundo, mas aparece pouco em debates militares. Em um contexto de tensões e conflitos na Ásia e no Oriente Médio, a questão é levantada interna e internacionalmente: seria a hora de os alemães também se tornarem uma força também militar?
O país tem bons motivos para se sentir inseguro diante de um cenário bastante instável, que inclui o autodenominado grupo Estado Islâmico no Oriente Médio e conflitos correlatos forçando uma onda de imigração à Europa, o russo Vladimir Putin fazendo antagonismo ao Ocidente, e Donald Trump questionando o papel da Otan (aliança militar ocidental).Mas a Alemanha e sua chanceler enfrentam um problema fundamental: a maioria dos alemães é bastante relutante a seguir esse caminho.
Eles veem seu Exército com desconfiança - atitude reforçada por um escândalo recente. O envio de tropas ao exterior tem regras bastante rígidas na lei alemã e no Parlamento. E, acima de tudo, as atitudes relacionadas a esse tema são moldadas pela sombra da história.
A Alemanha desmilitarizada foi tão bem-sucedida - e os alemães são tão sensíveis sobre seu passado de guerra -, que o país mais poderoso da Europa hoje tende a se manter um campo de batalha fraco.
Depois da Segunda Guerra Mundial, houve um grande debate sobre se a Alemanha deveria ou não ter forças armadas. Era preciso colocar um ponto final, argumentava-se, nesse ciclo violento que começou com o militarismo da Prússia e terminou com os crimes de guerra nazistas.
Enquanto o lado comunista da Alemanha criou um "Exército do Povo", seguindo as tradições militares do país, na Alemanha Ocidental democrática - ocupada pelo Reino Unido, França e Estados Unidos - foi criado um serviço militar bem diferente.