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Sem dúvida, já faz parte obrigatória do tratamento do Diabetes tipo II a atividade física regular, e a mais recomendada é a corrida, já que os benefícios são visíveis e enormes. A prática de atividade física resulta no controle mais eficaz dessa doença, que se caracteriza pelo aumento do nível da glicose (açúcar) sanguíneo, e das muitas complicações, principalmente vasculares, dessa elevação indesejada. Podemos dividir os benefícios de curto prazo (imediato) e aqueles que virão à longo prazo com o treinamento.
corredor e ciclovia eu atleta (Foto: Getty Images)
Corrida ajuda no tratamento de Diabetes tipo II (Foto: Getty Images)
Curto prazo: efeitos chamados metabólicos, como aumento da ação da insulina (que metaboliza o açúcar disponível no organismo), aumento da captação de glicose pelos músculos, o que melhora na sua performance e, finalmente, a diminuição da glicose sanguínea.
Longo prazo: incremento das funções cardiorrespiratórias, aumento do colesterol bom (HDL), redução do colesterol ruim (LDL), dos triglicérides, da gordura corporal, melhor controle da pressão arterial, diminuição da ansiedade e depressão e, principalmente, uma importante redução no desenvolvimento de complicações relacionadas às doenças cardiovasculares
A quantidade ideal de exercícios a serem realizados deve ser individualizada, respeitando as condições físicas e presença de complicações decorrentes do diabetes, através da avaliação médica e da equipe multiprofissional, criteriosa.
De modo geral, o exercício deve contemplar diversas formas e com a supervisão/orientação de um educador físico:
1- Exercícios aeróbicos (corrida, natação e ciclismo): a recomendação médica é de realizar o total de 150 minutos/semana, com intensidade moderada, limitados pela frequência cardíaca obtida no teste ergométrico, feito com presença de cardiologista;
2- Fortalecimento muscular: duas/três sessões semanais, de 30 minutos cada, principalmente nos grupos musculares das pernas e braços. Atenção com os diabéticos com problemas oculares da retina: esses exercícios devem ser evitados;
3- Flexibilidade e equilíbrio: cinco vezes por semana, e o limite deve ser a ligeira sensação de desconforto.
Uma avaliação médica especializada deve ser realizada antes de iniciar o programa de exercícios, sendo fundamental para detectar complicações silenciosas decorrentes do diabetes e estabelecer os limites médicos, para não colocarmos em risco a integridade física do praticante. Para os diabéticos iniciantes e praticantes de atividade regular não competitiva: consulta, eletrocardiograma, composição corporal, teste ergométrico, exames de sangue e fundo de olho. Para os esportistas e atletas de alto desempenho: acrescentar ecocardiograma e teste ergoespirométrico.
No artigo da próxima semana, continuaremos com mais detalhes dos cuidados ao diabético durante a prática de corrida.