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A democracia nasceu na Grécia antiga, precisamente em Atenas. Democracia é uma palavra que deriva do grego e significa etimologicamente "povo no poder" ou "poder do povo". Porém nem em Atenas o povo realmente que estava no poder. Apenas 10% da população podia participar da democracia em Atenas, ou seja, os homens livres, nascidos em Atenas, com mais de trinta anos. No Brasil dizemos viver uma democracia, mais pessoas podem participar do que na Atenas antiga, porém há muitos limites para essa democracia.
A isonomia, igualdade perante a lei, raramente é respeitada em nosso país. Em Atenas era um dos princípios fundamentais da democracia deles. Para nós brasileiros funciona mais o princípio segundo o qual "todos são iguais, mas uns são mais iguais que os outros". Se você conhece alguém, é amigo de alguém importante, então você tem mais direitos que as outras pessoas. Por aqui a regra do "você sabe com quem está falando?" é mais forte que a isonomia. Algumas pessoas se consideram maiores que as outras por cargos que ocupam, por prestígio, por poder, dinheiro, fama.
Isegoria, igual direito à palavra, era um princípio também fundamental em Atenas. Qualquer cidadão ateniense tinha o direito de falar nas assembleias. No Brasil, apenas os eleitos possuem esse direito. A grande maioria da população não faz ideia dos discursos que são proferidos todos os dias no Congresso nacional, ou em Assembleias, ou em Câmaras dos Vereadores Brasil a fora. Nunca somos chamados a participar, fazer valer a nossa voz.
Para chegarmos a uma democracia de verdade, plena, precisamos observar a antiga Atenas e tirar de lá alguns aprendizados importantes. O respeito à isonomia, o valor da isegoria, por exemplo, a importância da participação direta para a construção de uma cidadania real, participativa. Ser cidadão é uma construção que a democracia pode nos proporcionar se bem pensada.