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Com Parmênides de Eléa, um pitagórico dissidente,herdamos a noção do Um, de um ser substancial eterno e imutável. Ele rejeitou opostulado de Pitágoras segundo o qual do Um original provêm dois e,em seguida, vários. Eis algumas de suas premissas:
1) O que é,é, e não pode não ser; o que não é, não é, e não pode ser.
2) O que é, pode ser pensado ou conhecido, expresso ou realmente nomeado.
Então o uno, o ser único é individual e não pode ser dividido ou multiplicado.Quando ele afirma o que não é, não pode ser pensado, significa que aquilo que não tem existência real não pode ser levado em conta. Só o que existe, o ser, este sim é o importante - o não ser, não existe. Esta foi a concepção deixada por Parmênides.
De Parmênides herdamos a concepção imobilista do Ser, assim como a dualidade lógica entre Ser e Não-Ser.
A ideia de que o Ser é imóvel, embora possa parecer estranha ou esotérica em um primeiro momento, é o modo geral como concebemos a ideia de Verdade: a Verdade - ou os conceitos gerais - seriam coisas que permanecem sempre as mesmas, havendo variação pontual entre os indivíduos, mas a eternidade dos conceitos.
Um exemplo prático disto é a ideia das cores. Na concepção de Parmênides o "verde", por exemplo, existiria, de forma imóvel, e todas as coisas verdes que vemos seriam variações desta coisa. Embora as coisas verdes mudem - percam a cor, por exemplo - a nossa ideia de verde é sempre a mesma, de modo tomamos por base conceitos imóveis.
Já a dualidade, que a base da lógica, é a ideia de que existe o Ser e o Não-Ser, e nós só podemos falar e conhecer o Ser, devendo simplesmente ignorar todo o resto. Isto, em certo sentido, é a base, por exemplo, do modelo científico, que considera passível de conhecimento aquilo que pode ser quantificado e testado e tudo o mais como "Não-Ser", coisas que devemos ignorar.
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