• Matéria: Filosofia
  • Autor: miadruowjx49
  • Perguntado 8 anos atrás

Explique qual o papel da duvida no pensamento de Descartes.

Respostas

respondido por: danielfilo
34

René Descartes estava em busca de uma verdade indubitável, além de qualquer dúvida para alcançar um caminho certo e seguro para a filosofia e ciência modernas. Para isso teve que duvidar radicalmente.


Não posso duvidar que duvido, pois ao duvidar já estou duvidando. Se eu duvido, então eu penso e se eu penso, então eu existo. Penso, logo existo. Cogito Ergo Sum.

respondido por: jayrpcnetopdsa1k
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Resposta:

René Descartes escreveu o famoso Discurso do Método (1637) mostrando os passos para o estudo e a pesquisa; criticou o ensino humanista e propôs a matemática como modelo da ciência perfeita.  

Descartes assentou em posição dualista a questão ontológica da filosofia: a relação entre o pensamento e o ser. Convencido do potencial da razão humana , propôs-se a criar um método novo, científico, de conhecimento do mundo e a substituir a fé pela razão e pela ciência. Tornou-se assim o pai do racionalismo.  

Sua filosofia esforçou-se por conciliar a religião e a ciência. Sofreu a influência da ideologia bruguesa do século XVII, que refletia, ao lado das tendências progressistas da classe em ascenção na França, o temor das classes populares. No Discurso do Método, Descatres apresenta assim os quatro grandes princípios do seu método científico.  

1 - A primeira regra é a evidência: não admitir "nenhuma coisa como verdadeira se não a reconheço evidentemente como tal".  

Em outras palavras, evitar toda "precipitação" e toda "prevenção" (preconceitos) e só ter por verdadeiro o que for claro e distinto, isto é, o que "eu não tenho a menor oportunidade de duvidar".  

Por conseguinte, a evidência é o que salta aos olhos, é aquilo de que não posso duvidar, apesar de todos os meus esforços, é o que resiste a todos os assaltos da dúvida, apesar de todos os resíduos, o produto do espírito crítico. Não, como diz bem Jankélévitch, "uma evidência juvenil, mas quadragenária".  

2 - A segunda, é a regra da análise: "dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quantas forem possíveis".  

3 - A terceira, é a regra da síntese: "concluir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer para, aos poucos, ascender, como que por meio de degraus, aos mais complexos".  

4 - A última á a dos "desmembramentos tão complexos... a ponto de estar certo de nada ter omitido".  

Se esse método tornou-se muito célebre, foi porque os séculos posteriores viram nele uma manifestação do livre exame e do racionalismo.  

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