Respostas
Carlos Salinas licenciou-se em economia pela Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM) em 1969. Obteve o grau de mestre em administração pública em 1973 e em política económica em 1976 e doutorou-se em governação e política económica, sempre na Universidade de Harvard. Após o seu regresso ao México foi professor na UNAM. Apesar de ser membro do Partido Revolucionário Institucional (PRI) desde os seus tempos de estudante, apenas durante a presidência de Miguel de la Madrid chegaria a ocupar um cargo governamental na secretaria de planeamento e orçamento de 1982 até 1987.
A atmosfera política do México começou a mudar durante a década de 1980. O país atravessava uma crise económica, causada sobretudo pelos excessos despesistas das administrações anteriores e pela queda drástica dos preços do petróleo, levando o país a uma situação de grande endividamento. Vários membros importantes do PRI demitiram-se de seus cargos, entre eles Cuauhtémoc Cárdenas, filho de Lázaro Cárdenas del Río, um presidente popular entre os mexicanos durante os anos 30. O Terramoto da Cidade do México de 1985, com os seus quase 10 000 mortos, é por muitos considerado como o catalisador da promoção da democracia e da necessidade de mudança. A resposta da administração de Miguel de la Madrid a esta catástrofe foi muito deficiente, enquanto que os cidadãos anónimos organizaram com sucesso equipas de socorro, muitas delas lideradas por conhecidos intelectuais de esquerda.
Eleições de 1988
Cárdenas inscreveu-se como candidato por uma coligação da oposição denominada Frente Democrático Nacional. Rapidamente se tornou uma figura popular, tornando-se o primeiro candidato da oposição a encher com os seus apoiantes o Zócalo da Cidade do México e ainda o primeiro a ameaçar seriamente o PRI que havia ganho todas as eleições presidenciais desde a sua fundação em 1929. O Ministério do Interior através da Comissão Eleitoral Federal, era a instituição encarregada do processo eleitoral e instalou um sofisticado sistema informático para proceder à contagem dos votos. Em 6 de Julho de 1988, o dia das eleições, o sistema informático falhou (se cayó el sistema) e quando finalmente foi posto de novo em funcionamento, Carlos Salinas foi declarado vencedor. Apesar das eleições terem sido extremamente controversas, e de alguns afirmarem que a vitória de Salinas foi legal, a expressão se cayó el sistema tornou-se um eufemismo coloquial para fraude eleitoral.
A falha do sistema informático usado para registar a contagem dos votos consistiu em duas situações suspeitas em que o sistema se desligou. As suspeitas aumentaram quando o congresso mexicano aprovou, com o apoio do Partido de Acção Nacional (PAN), a destruição da documentação eleitoral que podia mostrar qual o resultado real da eleição sem que esta documentação fosse sequer examinada. Outros acreditam que Salinas ganhou de facto as eleições, ainda que provavelmente sem maioria absoluta contrariamente ao que dizem os números oficiais – o que de qualquer forma não é requerido pela lei mexicana.
Durante uma entrevista dada à Televisa em Setembro de 2005, Miguel de la Madrid reconheceu que o PRI havia perdido as eleições de 1988. No entanto, imediatamente emendou esta afirmação dizendo que o PRI tinha pelo menos perdido uma quantidade significativa de votos. Instado a comentar as afirmações de la Madrid, o senador Manuel Bartlett, que era o presidente da Comissão Eleitoral Federal durante o governo de la Madrid, disse que Salinas havia ganho as eleições ainda que com a menor margem de entre todos os candidatos anteriores do PRI. Atribuiu ainda as afirmações de la Madrid à sua idade avançada (71 anos em 2005) e ao facto de o jornalista Carlos Loret Mora as ter retirado do contexto em que foram proferidas.
Presidência
Durante os primeiros anos do seu mandato, o presidente Salinas lançou uma série de iniciativas arrojadas como a reversão da nacionalização bancária de 1982, o reatamento das relações com a Igreja Católica e com o Vaticano, alterações à legislação de propriedade das terras e sobretudo negociando o NAFTA com os Estados Unidos da América e o Canadá.
Ainda que uma análise global do seu mandato continue a ser um assunto controverso na política mexicana, Carlos Salinas levou a cabo mudanças significativas nas seguintes áreas: