Respostas
O rei concentrava todos os poderes e poderia até criar leis sem aprovação da sociedade. Também poderia criar novos impostos e outros tributos de acordo com a situação ou novo projeto de guerra.O monarca também podia interferir nos assuntos religiosos (o contrário do que ocorria na Idade Média), conseguindo controlar o clero de seu país em alguns casos.As camadas mais pobres bancavam – por meio de taxas e impostos – os luxos e gastos do rei e sua corte. E se alguém fosse contrário aos interesses ou leis definidas pelos monarcas, eram tratados com violência – podiam ser presos, mortos ou apenas reprimidos – pelo exército do rei.O sistema econômico do absolutismo era o mercantilismo, marcado pela interferência do Estado na economia. Predominava a ideia de que o acúmulo de riquezas iria acabar proporcionando um desenvolvimento maior para o país, assim como prestígio e reconhecimento internacional. Esse sistema taxava os produtos estrangeiros nas alfândegas – era a chamada proteção alfandegária –, acumulava metais preciosos, realizava os pactos coloniais e estimulava a industrialização dos países.A transmissão hereditária era normal, assim o poder se concentrava em poucas famílias e dinastias.Os nobres eram “parasitas” do Estado, pois o rei os sustentava, evitando conflitos com essa classe social. Durante o governo de Luis XIV, da França, foi construído o Palácio de Versalhes, que servia de moradia para a Nobreza.Na França e Inglaterra, o absolutismo sofre um atraso por consequência da Guerra dos Cem Anos e também guerras civis e religiosas que aconteceram após essa (religiosas na França e civis na Inglaterra).Os teóricos da época defendiam o absolutismo por meio de argumentos que iam desde “o poder dos monarcas era dado por Deus” até “os fins justificam os meios”. Os principais teóricos foram: Thomas Hobbes, Jacques Bossuet e Nicolau Maquiavel.
O Absolutismo pode ser definido na famosa frase de Luis XIV, Rei Sol: “O Estado sou Eu”.
1. Centralização ilimitada do poder nas mãos dos monarcas
Luis XIV
Rei Luís XIV, conhecido como Rei Sol, símbolo do absolutismo monárquico
No Estado absolutista os monarcas tinham autonomia para dar ordens e tomar decisões sem ter que dar nenhum tipo de satisfação à corte ou a outros órgãos de soberania.
Com o sistema de regime absolutista, os monarcas eram, inclusive, isentos de determinações criadas por leis, ou seja, tudo aquilo que eles próprios decidiam é que passava a vigorar.
Alguns dos principais reis e rainhas absolutistas foram:
Elizabeth I: rainha da Inglaterra e da Irlanda de 1558 até 1603.
D. João V: rei de Portugal de 1707 até 1750.
Fernando VII: rei da Espanha de 1808 até 1833.
Fernando de Aragão e Isabel de Castela: reis da Espanha no século XVI.
Henrique VIII: rei da Inglaterra no século XVII.
Luís XIII: rei da França de 1610 até 1643.
Luís XIV: rei da França de 1643 até 1715.
Luís XV: rei da França de 1715 até 1774.
Luís XVI: rei da França de 1774 até 1789.
Nicolau II: rei da Rússia de 1894 até 1917.
2. Os monarcas tinham autonomia para inferir em assuntos religiosos
Jacques Bossuet
Jacques Bossuet, teórico do absolutismo francês
A influência da monarquia tinha reflexo na opção religiosa da população: a religião escolhida pelos monarcas deveria ser a seguida pelos súditos.
Nos locais onde eram permitidos cultos religiosos diferentes daqueles estabelecidos pelo rei ou pela rainha, os súditos eram considerados de segunda categoria.
A igreja também foi diretamente impactada pelo absolutismo, visto que os monarcas eram responsáveis pelas nomeações aos cargos do alto clero.
O absolutismo apresentava algumas particularidades consoante o local onde era aplicado. Na França, por exemplo, alguns teóricos, como Jacques Bossuet, consideravam que o poder dos monarcas era uma dádiva de Deus. Era como se os reis e rainhas fossem representantes de Deus na Terra e, por isso, os súditos devessem obedecê-los sem oferecer qualquer tipo de resistência e sem fazer questionamentos.
Com base nessa ideia, os monarcas garantiam a sua soberania.
Saiba mais sobre o significado de soberania.
3. Instituição de leis e decisões executivas sob controle monárquico
O absolutismo monárquico concedia a reis e rainhas a possibilidade de criar leis sem que fosse necessária uma aprovação da sociedade.
Essas leis geralmente priorizavam a própria monarquia e a nobreza.
Saiba o significado de nobreza.
Os nobres foram bastante privilegiados durante o regime absolutista chegando até a mesmo a ter isenção de vários impostos e o poder de obter favores pessoais do rei.
Os monarcas também tinham autonomia para criar tributações que financiassem suas guerras e seus projetos.
4. O poder dos monarcas era hereditário
Os monarcas absolutistas reinavam de forma vitalícia e à sua morte, o trono passava automaticamente a ser ocupado pelo seu descendente.
Como o poder absolutista da monarquia era transmitido de geração em geração, ele se mantinha concentrado nas mesmas famílias e dinastias com o passar dos anos.
Conheça alguns exemplos de monarquias absolutistas de sucessão hereditária do século XXI:
Estado do Catar: Sua Alteza Emir Tamim bin Hamad (início em 25 de junho de 2013).
Reino da Arábia Saudita: Sua Majestade Rei Salman bin Abdul‘aziz (início em 23 de janeiro de 2015).
Emirados Árabes Unidos: Sua Alteza Presidente Khalifa bin Zayed (início em 3 de novembro de 2004).
Entenda o significado de dinastia.
5. O mercantilismo foi o principal sistema econômico do absolutismo
Esse sistema tinha como base a intervenção do Estado na economia do país.
A monarquia incentivava a exploração marítima e a ampliação do comércio por parte da burguesia, pois considerava que quanto maior fosse o acúmulo de metais preciosos (ouro e prata, principalmente) maior seria o desenvolvimento do país e o seu prestígio internacional.
A burguesia, por sua vez, era a favor do poder do rei pois tinha consciência de que a ausência de unidades fiscais e monetárias não era benéfica para os seus negócios. Não havia uma moeda com um valor definido previamente e isso causava várias situações inesperadas e inoportunas no progresso das atividades comerciais.
Por este motivo, os burgueses eram a favor de que fosse estabelecida uma autoridade que definisse determinados padrões.
O mercantilismo aplicava taxas a produtos estrangeiros na alfândega, acumulava riquezas e incentivava o desenvolvimento industrial local para reduzir a necessidade de importação e consequentemente evitar a saída de capital.