Infelizmente, o Norte não é igual ao Oeste, onde a fertilidade da terra e a grande produção convidam ao trabalho livre e dão-lhe compensação. Aqui não temos nem poderemos ter colonização tão cedo, [...] não se pode dispensar o braço escravo ou nacional. [...] Mas, por essa mesma razão, não podemos ser desprezados ou sacrificados aos nossos irmãos que são ricos: ao contrário, seria de bom governo sacrificar aqueles e estes [...]. Não vejo razão para se querer impor-nos uma opinião que não temos e um procedimento igual ao daqueles que, sendo ricos, podem dispensar certos serviços que nós não estamos em condição de fazê-lo. Se acham que presentemente o trabalho escravo já não remunera o produtor e é um ônus para os que dele se utilizam, que libertem os seus os que assim pensam, independente de Lei, mas não venham obrigar aos que de modo contrário e, por necessidade, divergem de semelhante inteligência a terem igual procedimento.HOLANDA, S. B. História geral da civilização brasileira. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1969. p. 175, v. 3, t. 2 (adaptado). O trecho de uma carta escrita por um fazendeiro no final do Império Brasileiro, em 1887, permite inferir o(a)a)posicionamento dos cafeicultores tradicionais, enfraquecido pela nova ordem que se firmava.b)crescimento da oposição ao governo imperial por beneficiar os cafeicultores do Oeste Paulista.c)impossibilidade dos proprietários de terras de manter a produtividade com o uso da mão de obra livre.d)desrespeito dos velhos fazendeiros à aplicação das leis abolicionistas em curso no Império.e)divergência entre os fazendeiros fluminenses e do Oeste paulista, que foi um empecilho ao processo abolicionista.
Respostas
a)posicionamento dos cafeicultores tradicionais, enfraquecido pela nova ordem que se firmava.
Falso. Ainda que fossem parte dos cafeicultores tradicionais, a posição abordada pelo enunciado é a dos cafeicultores do Vale do Paraíba, discordando dos tradicionais do Oeste.
b)crescimento da oposição ao governo imperial por beneficiar os cafeicultores do Oeste Paulista.
Correto. A crítica direcionava-se ao beneficiamento recebido pelos cafeicultores paulistas do oeste, por parte do governo central.
c)impossibilidade dos proprietários de terras de manter a produtividade com o uso da mão de obra livre.
Falso. O próprio texto revela que alguns cafeicultores conseguiam manter sua produtividade.
d)desrespeito dos velhos fazendeiros à aplicação das leis abolicionistas em curso no Império.
Falso. No período em que a carta foi escrita, em 1887, a escravidão ainda não havia sido abolida.
e)divergência entre os fazendeiros fluminenses e do Oeste paulista, que foi um empecilho ao processo abolicionista.
Falso. A divergência revelada é a que ocorreu entre os cafeicultores do Vale do Paraíba e os do Oeste paulista.