TEXTO I Revelação do subúrbio‘Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a vidraça do carro*,vendo o subúrbio passar.O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,com medo de não repararmos suficientementeem suas luzes que mal têm tempo de brilhar.A noite como o subúrbio e logo o devolve,ele reage, luta, se esforça,até que vem o campo onde pela manhã repontam laranjaise à noite só existe a tristeza do Brasil.*carro: vagão ferroviário para passageiros.ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do mundo. SP: Cia. Das Letras, 2012.TEXTO IICASCADURAOs moradores de Cascadura ameaçados pela varíola por falta de esgoto nessa localidade, ainda se acham na emminencia de um outro perigo maior. IRAJÁPedem-nos os moradores dessa freguesia que intercedam junto dos poderes públicos no sentido de ser mudado o systema anachronico de tracção animal pelo electrico, pois não se comprehende na Capital da República tal systema de tracção.SANTA CRUZNesta localidade depois da administração do Dr. Paulo de Frontin nada absolutamente se tem feito. As reclamações são innumeras sobre melhoramentos úteis de que se rescentem as ruas e praças de Santa Cruz.BANGÚAs novas ruas abertas pela Cia. Bangú e entregues à Prefeitura estão cobertas de matto.SANTOS, Leonardo Soares dos. Os subúrbios do Rio de Janeiro no início do século XIX. Disponível em: www.periodicos.ufrn.br. Acesso em: 1 maio 2015.Tanto o poema de Drummond quanto os recortes jornalísticos do século XIX focalizam a periferia carioca, sob óticas diversas e em tempos diferentes. Uma leitura intertextual do poema e dos excertos jornalísticos pode revelar quea)os laranjais mencionados no poema dão, aos subúrbios, uma conotação ainda rural, que se liga à descrição das ruas de Bangu, cobertas de matto.b)a visão de um subúrbio que reage, luta, se esforça tem a ver com as fadigas da população pobre devido, possivelmente, às doenças mencionadas em II.c)a atmosfera opressiva verificada do vagão intermunicipal tem respaldo em questões de ocupação urbana e infraestrutura, relevantes nos excertos. d)o eu lírico parece sentir-se feliz e efusivo, devido ao fato de estar abandonando a degradada área suburbana, cujos problemas se enumeram em II.e)o cenário noturno do poema remete a problemas de iluminação de ruas e praças, que são sugeridos, ainda que indiretamente, no texto II.
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Olá,
Durante o porma de Carlos Drummond de Andrade verifica-se que o eu-lírico observa o subúrbio de maneira atenta, mas quando a noite chega, já não pode mais vê-lo como outrora.
Por isso, o cenário noturno do poema remete a precariedade dos subúrbios que ficam ainda mais evidentes durante a noite, problema esse explicado no texto II. No poema há uma menção implícita de que na noite o subúrbio fica quase totalmente escuro.
É correta a Alternativa E.
Espero ter ajudado!
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2
Resposta do adapti é:
a atmosfera opressiva verificada do vagão intermunicipal tem respaldo em questões de ocupação urbana e infraestrutura, relevantes nos excertos.
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