Calicchio (2017), na unidade III (p. 166), trata, sucintamente, de uma questão bastante polêmica e importante que envolve o uso do aumentativo e/ou diminutivo dos substantivos, destacando, inclusive, exemplos.
Conforme a autora, a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) estabelece que os substantivos, em relação à significação, em alguns casos, passam por um processo de flexão, conforme dois graus: aumentativo e diminutivo. Assim, de acordo com Sousa (s/d), a NGB “concebe o grau como uma categoria linguística” de flexão “que indica variação de grandeza e estabelece uma relação quantitativa ou afetiva entre significações nominais ou verbais”, da mesma forma como acontece com gênero e número (p. 01).
Sob ponto de vista diferente, outros especialistas, entre eles linguistas como Câmara Jr., consideram que esse fenômeno (aumentativo e diminutivo) é, na verdade, um processo de derivação pelo qual os vocábulos passam. Em consonância com tal pensamento, Bechara (2009) ressalta que os substantivos podem apresentar uma significação aumentada ou diminuída, o que, conforme o linguista, acontece por meio de derivação por sufixo.
Nesse sentido, com base em tais considerações bem como nas discussões teóricas destacadas nos textos a seguir (referências), produza um texto dissertativo, de dez a quinze linhas, contestando a teoria da NGB, com base na posição de Câmara Jr. e Bechara. Lembre-se de ampliar as discussões apresentadas nesta atividade, explicando melhor e exemplificando a posição destes autores por meio de exemplos.
Respostas
A redação terá que contestar a teoria de NGB, ou seja, a teoria de que os substantivos passam por um processo de flexão, conforme os graus aumentativo e diminutivo.
De acordo com Câmara Jr. e Bechara, o que ocorre é um processo de derivação, pelo meio do qual as palavras recebem sufixos para representar o aumentativo e o diminutivo.
Eu não vou produzir a SUA redação, mas vou trazer algumas ideias para orientar a sua produção textual.
Primeiramente, você deve produzir argumentos para defender a teoria da derivação, contestando a da flexão.
Quais são esses argumentos?
> A derivação é voluntária, ou seja, ocorre por vontade do falante na intenção de dar um novo sentido à palavra. Já a flexão é involuntária, pois não depende da vontade do falante, e sim das regras gramaticais.
> Uma palavra derivada possui sentido diferente da palavra original. Já a palavra flexionada possui sentido semelhante.
Agora, coloquemos exemplos que vão ajudar a comprovar nossos argumentos.
> Quando me refiro a uma porta usando o substantivo "portinha", isso é uma escolha minha. Não faço isso para atender a uma regra gramatical. Por isso, pode-se dizer que "portinha" é uma derivação de "porta", não uma flexão.
> Ao usar o substantivo "portão", não estou me referindo a uma porta grande, mas à porta que fica no muro. Há inclusive portões que são menores do que as portas. Isso comprova que "portão" tem sentido diferente de "porta", logo a primeira não é uma flexão da segunda, mas uma derivação.