Respostas
No quadro de aumento no fluxo de investimento direto estrangeiro para a África, fatores como a ausência de incentivos institucionais e trabalhistas, bem como a infraestrutura insuficiente, têm contido a expansão da presença de empresas brasileiras no continente africano. Com base em entrevistas junto a investidores brasileiros, este artigo discute algumas das dificuldades enfrentadas por esses atores e sugere possíveis frentes em que a agenda política do governo brasileiro poderia contribuir para contornar ou superar tais desafios.
Nos últimos anos, a África transformou-se em um polo de atração de investimentos diretos estrangeiros. A abundância de recursos minerais no continente e o aumento dos preços desses produtos no mercado internacional parecem ter sido os motivos principais do crescimento dos investimentos diretos na indústria extrativa e na infraestrutura associada ao escoamento dos recursos naturais.
Embora o continente sempre tenha ocupado uma posição privilegiada nas estratégias de política externa brasileira, a expansão recente do comércio bilateral e dos investimentos brasileiros no território africano cria novas necessidades de análise para a formulação de uma futura agenda de trabalho e negociações em matéria econômica entre o Brasil e o continente.
Características dos investimentos brasileiros na África
De acordo com o último ranking das transnacionais brasileiras, elaborado pela Fundação Dom Cabral[1](FDC), a África ocupa o quinto lugar em termos de preferência de localização das principais transnacionais brasileiras, atrás da América do Sul, Europa, Ásia e América do Norte. Porém, é possível observar, nos últimos anos, um rápido crescimento das localizações na África: recentemente, a região apresentou o terceiro maior crescimento em termos de destino do investimento direto brasileiro.