Respostas
A existência da União Européia está fortemente ligada a questões econômicas, culturais e políticas. Econômicas porque a Europa entrou em decadência financeira após suas guerras e precisava, de alguma forma, recuperar seu poder diante as potência que se avizinhavam: EUA e URSS.
Culturais porque é o berço da cultura ocidental e todo europeu gosta muito de ser europeu. Existe uma afinidade de idéias neste sentido, apesar de haver um nacionalismo exacerbado em grande parte dos cidadãos – exceto os portugueses que sofrem de um sentimento de inferioridade em relação ao resto do continente.
Políticas porque foram os países mais devastados do globo terrestre pelas duas Guerras Mundiais e têm motivos de sobra para querer chegar a um acordo e selar a paz de vez nesta área. Mesmo sabendo que as duas guerras começaram na Europa, os países têm a consciência de que só eles podem evitar que outras como aquelas possam ocorrer. A união é o segredo da estabilidade.
Ao fim da II Guerra Mundial o mundo separou-se em dois: um liderado pelo capitalismo norte-americano e outro comandado pelo socialismo soviético. Neste meio sobrou a Europa: fraca, falida, destruída e desmotivada. Era preciso voltar ao cenário econômico mundial sem comprometer a paz entre as nações.
No ano de 1951, Alemanha Ocidental, Bélgica, França, Holanda, Itália e Luxemburgo criaram a Comunidade Européia do Carvão e do Aço (Ceca). A intenção era fortalecer as relações inter-nações e promover a exportação dos materiais. Já em 1957, o Tratado de Roma deu origem à Comunidade Econômica Européia (CEE), que institucionalizou as quatro liberdades fundamentais: livre circulação de capitais, mercadorias, pessoas e serviços.
Neste momento, os países perceberam que precisariam se unir em território, economia e política para poderem fazer frente ao gigante império dos Estados Unidos e ao poderio da União Soviética. Ambos possuíam grandes pedaços de terra, dinheiro, poder e influência militar. Para se equiparar a eles – principalmente aos EUA, já que era principalmente com ele que fazia negócios – as nações européias uniram-se.
Entre 1973 e 1995, nove países aderiram à CEE: Áustria, Dinamarca, Grécia, Espanha, Finlândia, Irlanda, Portugal, Reino Unido e Suécia. Somente em 1992, com o Tratado de Maastricht, surgiu a União Européia com os conceitos que conhecemos hoje. Em 2002, quando o euro foi instaurado, 320 milhões de pessoas do bloco já o usavam como moeda, exceto o Reino Unido, a Suécia e a Dinamarca.
Com o fim da Guerra Fria e a queda do muro de Berlim, muitos países mantidos pela potência socialista viram-se órfãos e desprovidos de recursos e força própria para se reerguer. Depois de 2004 entraram para o bloco as nações do Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia, República Tcheca, Romênia e Bulgária, o equivalente a meio bilhão de pessoas.
Isto significa que a União Européia também conseguiu “ampliar” seu território, pois agora mantém sob sua influência países que antes pertenciam a território sob poder russo. Estas mudanças geográficas representam grandes transformações políticas no bloco. Uma das medidas que tiveram de ser tomadas foi a adoção de regras específicas contra a imigração e o contrabando que poderiam vir de países não integrados ao bloco, como Turquia, Sérvia e Macedônia.
Atualmente a União Européia é a potência mundial, com uma das moedas mais fortes do planeta, superando o dólar, além de exportações quatro vezes mais rentáveis que as dos Estados Unidos. O PIB europeu já superou em 0,8 trilhões de dólares os 12,9 pertencentes aos norte-americanos (dados de 2005). Com a atual crise imobiliária nos EUA, a tendência é que o bloco europeu fortaleça ainda mais os valores das ações de suas empresas.
Porém, todo crescimento gera conseqüências. O problema de hoje da União Européia está ligada à sua ideologia política e seus conflitos de soberania nacional. Como a maioria das medidas deve ser tomada por unanimidade, o bloco sofre para tentar satisfazer aos interesses de cada um dos 27 países participantes. Encontrar um consenso em meio a tantas opiniões divergentes realmente não é fácil.
Por este motivo, alguns estudiosos tentam encontrar a solução para a relação harmoniosa entre os membros da União Européia. Alguns conceitos dizem respeito à interconstitucionalidade e interculturalidade das nações com interesses em comum. Ambos têm como objetivo a construção de um novo modelo de se fazer política.
Idéias conciliatórias
Espero te ajudado..