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1 - A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial foi motivada mais por questões comerciais e econômicas do que por outras políticas e ideológicas.
Existiam fortes relações comerciais entre Brasil e Alemanha de meados para final da década de 30. Em pouco tempo, a Alemanha passou a ser mais importante na economia nacional que os EUA.
Em termos de exportações e importações, isso ameaçava profundamente o poderio norte-americano e a idéia de pan-americanismo, o que levaria, posteriormente, os EUA a cederem à várias exigências do Brasil para que o país abandonasse suas relações com a nação germânica.
Por outro lado, o envolvimento na guerra, e a barganha de vantagens hora com os Aliados, hora com o Eixo, trazia para o governo de Getúlio Vargas, na época presidente do país, a possibilidade de ultrapassar seu maior rival comercial local, a Argentina. A preocupação com o país fronteiriço era tão grande, para um Brasil fornecedor de "perfumaria e sobremesa", segundo o general Werner, que, em relato do militar, quando o Brasil efetivamente necessitou enviar tropas a Europa, foram mobilizadas forças no Nordeste, com o recrutamento quase imediato de 6.000 homens, para não "abalar o eixo militar no sul, fronteira com a Argentina", nas palavras do general reformado.
Com a guerra, o Brasil conseguiu modernizar seu parque industrial e ganhou efetivamente todos os benefícios pedidos aos EUA e aos aliados.
Mas, no final das contas, que levou o Brasil a pegar em armas se as intenções nacionais eram puramente comerciais? Conta-se navios afundados por italianos e alemães e também a pressão popular. O Brasil entra contrariado na guerra, mas, como havia ameaçado Mussolini, o país não teria uma guerra branca, como queria, mas uma guerra vermelha.
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