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O Brasil é um país racista. A noção de racismo estrutural tem como base a herança escravocrata do país, que conviveu com a escravidão até 1888. O processo de inserção dos negros na sociedade não foi imediato, visto que o não houve suporte do Estado. A maioria passou a viver em habitações de péssima qualidade e a sobreviver de trabalhos informais e temporários, muitas vezes em troca de moradia e comida.
Milhares de negros ex-escravos foram jogados para o convívio social sem que fossem garantidos direitos e condições básicas de sobrevivência e isso impactou toda a estrutura da nossa sociedade. As consequências refletem até hoje no cenário de desigualdade.
O próprio Fórum Brasileiro de Segurança Pública atribui o número impressionante de jovens negros assassinados no país (71% da população), atualmente, como um indicador de desigualdade racial. Não é e nunca foi mimimi.
Os negros passaram a ocupar o futebol brasileiro apenas na década de 1940, sendo Leônidas da Silva, o Diamante Negro, um dos grandes precursores do movimento negro — foi Bola de Ouro da Copa de 1938 e também o artilheiro daquela edição. Técnicos e jogadores selecionáveis sofriam inúmeras rejeições apenas pela cor da pele.
O dia 21 de março é marcado por ser a data Internacional contra a Discriminação Racial. E se, mesmo depois de ler essa introdução, você ainda têm dúvidas sobre a presença do racismo no nosso cotidiano — inclusive no mundo do futebol — O Contra-Ataque te ajuda a abrir os olhos.
Conversamos com Marcelo Carvalho, Diretor-Executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, sobre a questão da representatividade negra no futebol, o aumento nos casos de injúria racial e, claro, seu ativismo.