Respostas
Entre os índios Kraho do Tocantins, já mencionados, a classificação das plantas supostamente psicoativas baseia-se em seus indicações terapêuticas, tais como: plantas empregadas como fortificantes, analgésicos, alucinógenos, ansiolíticos, assim como plantas empregadas no controle de febre, peso, distúrbios do sono, etc., categorias que remetem a ações/efeitos. Tais dados foram obtidos em pesquisa junto aos habitantes das aldeias pesquisadas.
São deste ambientes religiosos, tanto em meio urbano como em meios indígenas, que se pode resgatar conhecimentos sobre plantas medicinais e incorporá-los ao patrimônio científico, a exemplo da iboga (Tabernanthe iboga Baill. Apocynaceae), planta alucinógena de origem africana, cujo alcalóide ibogaína tem efeito estimulante no SNC. Estudos pré-clínicos e clínicos com ibogaína indicam seu uso nos tratamentos de dependência por cocaína, heroína e morfina entre humanos.
Há, ainda, os clássicos exemplos das plantas ditas beladonadas que contêm os mesmos alcalóides da Atropa belladona L. Solanaceae, ou sejam: atropina, escopolamina e hiosciamina. Dentre elas estão as plantas do gênero Datura e Brugmansia conhecidas em toda América, onde eram usadas em rituais, as quais apresentam no usuário um quadro toxicológico com destaque para distúrbios neuropsíquicos. Hoje, esses alcalóides representam a base de vários medicamentos.