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dia. Pertence a um período inicial da ciência moderna e deriva da prática de classificação em espécies e subespécies, que inicialmente só era aplicada a vegetais e animais (Lineu, século XVII). É somente no século XIX que se começa a falar de raças dentro da espécie humana.
Foi o Conde de Gobineau que popularizou, em meados do século XIX, um novo significado, em seu ensaio racista Essai sur l'inégalité des races humaines ("Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas", 1853-1855), no qual toma partido a favor da tese poligenista segundo a qual a humanidade poderia ser dividida em várias raças distintas, as quais seriam, outrossim, passíveis de serem tratadas numa base hierárquica.
O racialismo ou racismo científico, tornou-se a partir daí a ideologia predominante nos meios eruditos, na antropologia física etc, em conjunto com o evolucionismo, com o darwinismo social e com as teorias eugênicas desenvolvidas por Francis Galton. A tentativa de prover um discurso científico para os preconceitos racistas (aquilo que Canguilhem denominaria "ideologia científica"), seria fortemente desacreditado após o genocídio dos judeus da Europa praticado pela Alemanha Nazista.
A segmentação artificial em "raças humanas" disseminou-se amplamente na época do nacionalismo inflamado, que deu lugar à proclamação de ideologias racistas em nome da ciência. Certos trabalhos, tais como o Dictionnaire de la bêtise et des erreurs de jugement, de Bechtel e Carrière, mostram que estes preconceitos eram exercidos simultaneamente entre vários países europeus. Médicos franceses, por exemplo, "explicavam" que os Alemães urinavam pelos pés!
Franz Boas.
Na segunda metade do século XX, esta idéia foi pouco a pouco sendo abandonada sob três influências: ambigüidade do termo e ausência de base científica (demonstradas graças ao avanço da biologia e da genética); papel desempenhado por estas idéias nos quinze anos do regime nazista; obras de Claude Lévi-Strauss e Franz Boas, os quais transformaram a antropologia e lançaram luz sobre os fenômenos do etnocentrismo inerentes à toda cultura.
Foi o Conde de Gobineau que popularizou, em meados do século XIX, um novo significado, em seu ensaio racista Essai sur l'inégalité des races humaines ("Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas", 1853-1855), no qual toma partido a favor da tese poligenista segundo a qual a humanidade poderia ser dividida em várias raças distintas, as quais seriam, outrossim, passíveis de serem tratadas numa base hierárquica.
O racialismo ou racismo científico, tornou-se a partir daí a ideologia predominante nos meios eruditos, na antropologia física etc, em conjunto com o evolucionismo, com o darwinismo social e com as teorias eugênicas desenvolvidas por Francis Galton. A tentativa de prover um discurso científico para os preconceitos racistas (aquilo que Canguilhem denominaria "ideologia científica"), seria fortemente desacreditado após o genocídio dos judeus da Europa praticado pela Alemanha Nazista.
A segmentação artificial em "raças humanas" disseminou-se amplamente na época do nacionalismo inflamado, que deu lugar à proclamação de ideologias racistas em nome da ciência. Certos trabalhos, tais como o Dictionnaire de la bêtise et des erreurs de jugement, de Bechtel e Carrière, mostram que estes preconceitos eram exercidos simultaneamente entre vários países europeus. Médicos franceses, por exemplo, "explicavam" que os Alemães urinavam pelos pés!
Franz Boas.
Na segunda metade do século XX, esta idéia foi pouco a pouco sendo abandonada sob três influências: ambigüidade do termo e ausência de base científica (demonstradas graças ao avanço da biologia e da genética); papel desempenhado por estas idéias nos quinze anos do regime nazista; obras de Claude Lévi-Strauss e Franz Boas, os quais transformaram a antropologia e lançaram luz sobre os fenômenos do etnocentrismo inerentes à toda cultura.
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