No lugar das antigas cosmogonias associadas a rituais reais e a mitos de soberania, um pensamento novo procura estabelecer a ordem do mundo em relações de simetria, de equilíbrio, de igualdade entre os diversos elementos que compõem o cosmos. (VERNANT, Jean Pierre. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 2002, p. 11). Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre mito e filosofia na Grécia, é correto afirmar:
Respostas
Estas são as alternativas:
a. A filosofia consolidou a separação entre mitologia e ciência a partir do pensamento de Aristóteles, que se apropriou da razão para explicar a origem do universo.
b. A filosofia representa uma ruptura em relação aos mitos, representando uma nova forma de pensamento plenamente racional desde as suas origens e um importante fator político deste contexto associa-se à organização política, com o surgimento da polis.
c. Apesar de ser pensamento racional, a filosofia se desvincula dos mitos de forma gradual, em particular na fase de transição entre os pré-socráticos, que fizeram a intermediação entre divindades e ciência.
d. Filosofia e mito sempre mantiveram uma relação de interdependência, uma vez que o pensamento filosófico necessita do mito para se expressar.
e. O pensamento crítico filosófico foi capaz de superar a interpretação mitológica do universo, estabelecendo a supremacia cultural e política dos gregos em relação aos demais povos na história.
Agora a resposta:
A é falsa, pois antes de Aristóteles já havia esforços racionais (Platão, por exemplo) para explicar a origem do universo.
B é verdadeira, pois a ruptura entre o modelo de explicação cosmogônico e o modelo racional ocorreu entre os pré-socráticos, os primeiros filósofos, apesar de haver a persistência de uma estrutura relativamente mística entre eles.
C é falsa, pois, apesar de haver a persistência de uma estrutura um tanto quanto mística entre os pré-socráticos, o estabelecimento de um modelo não-mítico (e não cosmogônico) é uma característica destes pensadores.
D é falsa, pois há uma ruptura entre o discurso mítico e o discurso filosófico.
E é falsa, pois não houve supremacia cultural e política dos gregos sobre os demais povos, tendo sido eles mesmos conquistados pelos macedônios e pelos romanos.