De acordo com Brandão (1998): “A Ciência Política em especial, ainda quando admite tacitamente a pertinência de outras variáveis, tem se desenvolvido postulando que a dinâmica do conflito político e institucional guarda relações essencialmente externas e formais com processos que se dão "fora" dela, não sendo relevante nem possível a reconstituição da totalidade e a reciprocidade das determinações em jogo. Em consequência, tem operado em dois registros distintos, mas complementares: tem recusado as análises das estruturas (privilegiando a ação coletiva e as conjunturas) e abandonado o campo da longa duração aos historiadores; e tem deixado de lado a pretensão de formular teorias globais em benefício de teorias regionais e de alcance relativo, preocupadas em abarcar uma diversidade de casos empíricos sob um princípio geral (o que penetrou inclusive num terreno tradicionalmente refratário a essa orientação, como o marxismo, a julgar pelo que diz um de seus remanescentes, Jon Elster, para quem esta corrente precisa é do desenvolvimento do que Robert K. Merton chamava de "teorias de alcance médio")”.
Tendo como base a contextualização acima, e os conteúdos da disciplina, assinale a alternativa que descreve corretamente as características do pós-comportamentalismo na Política Comparada.
A
O pós-comportamentalismo é marcado por um retorno ao estudo dos atores, em detrimento da análise de instituições e regras políticas.
B
O pós-comportamentalismo é marcado por análises que consideram o Estado como um instrumento de dominação de classe.
C
O pós-comportamentalismo é caracterizado pela ascensão de variáveis institucionais e pela análise do Estado como ator político dotado de autonomia.
D
O pós-comportamentalismo caracteriza-se pelo abandono das teorias de médio alcance vigentes durante o período de hegemonia do comportamentalismo.
E
O pós-comportamentalismo caracteriza-se pela utilização exclusiva de comparações com grandes números de casos.
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queria saber também :(
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O Pós-Comportamentalismo, no caso da política comparada, é uma abordagem que se afasta da tendência até então dominante do comportamentalismo, que considerava que a política era resultado dos esforços dos cidadãos, retirando do Estado a autonomia de ação, considerando-o apenas como espaço de ação dos sujeitos.
Contra esta tendência, na década de 1960 surge esta teoria que recupera a "autonomia" do Estado, considerando-o agente que não necessariamente apenas repete tendências.
É correta a alternativa C.
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