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Embora os termos jogo, brinquedo e brincadeira sejam geralmente usados de forma indistinta pela população e mesmo por autores das áreas educacional e psicológica, parece útil, para o intuito de sua análise na prática psicopedagógica, estabelecer algumas distinções entre esses termos. Assim, um primeiro aspecto que diferencia o jogo dos demais conceitos é a sua estruturação a partir de um sistema de regras preexistente, conhecido e aceito pelo(s) participante(s). Outra característica específica do jogo é sua finalidade, o que significa que todo jogo pressupõe a superação de alguma dificuldade (situação-problema ou adversários) para a sua consecução exitosa3. Nesse sentido, a despeito de seu caráter lúdico, também compartilhado com os conceitos de brinquedo ou brincadeira, o resultado do jogo necessariamente implica uma experiência de sucesso ou fracasso, que pode ser vivenciada de diferentes formas pelo participante.
O brinquedo, por sua vez, consiste em um objeto cuja finalidade é possibilitar à criança “um substituto dos objetos reais, para que possa manipulá-los” (Kishimoto, p. 18). Dessa forma, contribui para a reprodução, através do recurso à memória e à imaginação, de situações vivenciadas pela criança. O termo brincadeira, por sua vez, pode ser entendido como a ação lúdica que a criança desempenha ao atuar com um jogo ou um brinquedo, por exemplo.
Entendemos, porém, que, para as finalidades da presente análise, é mais adequado considerar as especificidades dessas ações. Nesse sentido, compreende-se a brincadeira como uma atividade praticamente livre de regras externas (como aquelas impostas pelo jogo, por exemplo). Reconhece-se, assim, o caráter lúdico de ambas as ações, porém destacando o caráter mais individual e subjetivo da brincadeira, na qual a criança tem maior liberdade para criar suas próprias “regras”. Além disso, na brincadeira não existem metas preestabelecidas pautando, de forma mais objetiva, percepções de êxito ou fracasso. O que há de comum em todos esses termos ou conceitos, portanto, é seu caráter lúdico, enquanto algo apartado da realidade e que proporciona prazer aos participantes.
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