Ao discutirmos o processo de gestão da escola temos que compreende-lo dentro de uma culturaperspectiva econômica, política, cultural, histórica e social. A escola é um local que se transforma mediante essas perspectivas, sendo as políticas públicas o elemento de mediação entre o macro e o micro. Muitas vezes, as políticas públicas que direcionam o processo de gestão da escola são estruturadas com base em pressupostos teóricos. Assinale a alternativa correta sobre o marco que foi a década de 1980, pois:
Alternativas:
a)
O "tecnicismo educacional" expressou a disseminação das teorias provindas dos EUA nessa década; tais teorias influenciaram a formação de pedagogos e a gestão pedagógica.
b)
A gestão pedagógica atuava em sincronia com os interesses do Estado. As funções dos profissionais que atuavam nessa área eram marcadas pelo caráter conservador e reprodutivista.
c)
Neste período, os cursos de pedagogia por meio da Lei nº 5.540 e regulamentações precedentes fundamentaram a formação do pedagogo e sua atuação na organização do trabalho pedagógico.
d)
Ganharam força os movimentos formados por professores que questionavam fortemente as reformas empreendidas durante a ditadura militar. Estes, fundamentaram-se na "pedagogia como práxis". Nesta vertente, a gestão pedagógica passa a desempenhar atividades focadas na promoção da educação, realizando a mediação dos processos de ensino objetivando a aprendizagem.
e)
As reformas educacionais prosseguiram avançando e a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394 intensificou os debates em torno das especificidades da formação do pedagogo, evidenciando o seu papel de organizador do trabalho pedagógico e da gestão pedagógica.
Respostas
LETRA D
REVISTA BRASIL ESCOLA
A década de 80 no Brasil foi um período de significativas mudanças e de novos ordenamentos no quadro político da nossa sociedade.
O início do processo de abertura política, após longo período de ditadura militar, possibilitou o surgimento de novas organizações da sociedade civil e da sociedade política.
A população foi mobilizada a participar dos destinos do Estado e de intervir nos diferentes níveis de governo.
No entanto, o país embora vivenciasse essa efervescência de mudança, convivia e ainda hoje convive com grandes contrastes sociais e econômicos, fruto de um modelo de sociedade extremamente excludente, em que a maioria da população não tem acesso aos bens sociais básicos, entre estes, a educação, saúde, saneamento básico e habitação. O Brasil ocupa um dos primeiros lugares no mundo em concentração de renda, e um dos mais baixos lugares na qualidade de vida da população.
É neste contexto que nos anos 80, surgem novos atores no cenário político e social, através de organização de sindicatos, associações científicas e comunitárias, novos partidos políticos e organizações não governamentais que começavam a desenvolver ações que não eram assumidas pelo Estado.
Ao mesmo tempo são retomadas as campanhas para eleições diretas em todos os cargos eletivos, possibilitando a chegada à alguns Estados e Municípios de grupos que buscavam desenvolver políticas públicas voltadas para atender às necessidades e interesses da maioria da população.
Neste quadro, surgem vários movimentos e organizações que através da educação formal e não formal, procuram conscientizar os indivíduos da sua condição enquanto sujeitos de direitos e conseqüentemente de deveres. Era imprescindível que os indivíduos se apropriassem do instrumental e de mecanismos básicos para fazer valer os seus direitos, tendo na educação o seu principal veículo, uma vez que a educação é um dos principais instrumentos de formação da cidadania.