Conforme o texto de Fraga, é correto afirmar: Peso: 1.0 Os tempos modernos não mudaram o ciclo lento e natural do trigal. A mão, calma e morna, que amassava o pão, foi substituída pela máquina, fria e vigorosa. Hoje, as padarias, premidas pela pressa, aceleraram a feitura do pão que ficou muito mais elaborado. Quando saía do forno, o pão sovado era igual a qualquer outro pão. Com a pressa da modernidade, o pão sovado recebe, ainda, de um amasso brando e lento.
Respostas
Olá,
O texto aborda o fato de que, apesar de a modernidade exigir processos cada vez mais rápidos, os melhores pães são aqueles onde há um maior tempo de fermentação, aliado ao fato de que durante a sova, também há calma e lentidão, em vez de uma pressa para que o pão seja vendido rapidamente.
Por isso é correta a última alternativa, que afirma: "Com a pressa da modernidade, o pão sovado recebe, ainda, de um amasso brando e lento." Isso está de acordo com a calma e um processo mais lento na produção dos pães de qualidade, conforme abordado no texto.
Abraços!
Olá
O usuário que realizou a pergunta postou apenas as alternativas para responder a questão e não o texto completo, desta forma pode causar confusão na resposta. Segue o texto: “PÃO NOSSO DE CADA TEMPO”
O trigal demora a dourar, o manancial filtra água devagar, a salina precisa de tempo para secar. Em algum tempo isso tudo junto vai dar em pão. Mas o ciclo tem seu ritmo até chegar, entrar e sair do forno. Ou tinha. Agora a agricultura transgenicou-se, a água evaporou-se, o sal iodouse. O trigo, a água e o sol andam passando maus bocados até virarem a mesma massa apressada e serem fatiados às pressas à mesa. Antes, porém, era a calma. Era o córrego e a espiga enamorados na planície, à espera de um tórrido encontro entre quatro paredes refratárias. O grão moído e a gota úmida unidos pelo fogo deles mesmos, pelo ardente clima ao redor deles. Para que a farinha e a água se fundissem na quentura, os cafetões da padaria punham muita lenha na fogueira. Até o par virar uma coisa só, assim ou assado. De tudo que os padeiros eram capazes antigamente, a maior capacidade era dar tempo ao pão. A vida precisava fermentar. E fermentada, precisava da compreensão das mãos hábeis, que acariciavam a massa para cada tipo de destino, em diferentes fornadas. O pão mais lento que havia era o pão sovado. Do descanso inicial, das horas sossegadas em cima da mesa, a massa então recebia os golpes suaves, o amasso vigoroso, mas vagaroso dos padeiros. Isso se repetia por um tempo interminável, numa sova tranquila. Quando, enfim, a massa, cansada de tantas torções, cedia ao amálgama forçado, o pão sovado ia pro seu caloroso ritual. Ao sair do forno, não era mais igual a nenhum pão. Era macio que só ele. E suas fatias exibiam uma lisura superficial, onde a manteiga e a chimia se esparramavam, loucas pelo deslizar no pão sovado. Foi aí que veio a pressa, inimiga dessa refeição. A mão, calma e morna, deu lugar à máquina, fria e forte. As padarias, chicoteadas por milhões de relógios esfomeados, aceleraram o pão. O fermento não pôde mais descansar sobre as tábuas. A sova ficou mais curta, poucos tapas a mais que na massa comum. Foi o fim do pão sovado, como o conhecíamos. Porque a fornalha tinha que apressar o cozimento, as fornadas precisavam ficar céleres, o café da manhã devia ser feito em 100 metros rasos. Daí as padarias perderam a prática do vagar. E nas prateleiras, falsos pães sovados têm crise de identidade. Da sova, apenas algumas pancadas; têm corpo tão aerado quanto qualquer outro tipo de pão. Em muitos lugares, o córrego e o trigal ainda se espiam na paisagem. Ao sol, o córrego marulha; na brisa, o trigal suspira. Sovam lembranças de outrora.
Conforme o texto de Fraga, é correto afirmar:
1) Os tempos modernos não mudaram o ciclo lento e natural do trigal.
2) A mão, calma e morna, que amassava o pão, foi substituída pela máquina, fria e vigorosa.
3) Hoje, as padarias, premidas pela pressa, aceleraram a feitura do pão que ficou muito mais elaborado.
4) Quando saía do forno, o pão sovado era igual a qualquer outro pão.
5) Com a pressa da modernidade, o pão sovado recebe, ainda, de um amasso brando e lento.
Sendo assim a resposta correta é a alternativa 2.