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PERSONAGENS
SENHOR POVO ______ Grande donatário de infinitas posses um homem muito ocupado
SENHOR GESTOR ____ Empreendedor cheio de ideias pré-concebidas, que não se importa muito com ética
D. LEGISLADORA ____ Pessoa de confiança do senhor povo e altamente comprometida com a legalidade
CONSELHEIRAS ______ Duas colaboradoras não influenciáveis e conscientes de seu papel
CENÁRIO: ESCRITÓRIO, COM BIRÔ LOTADO DE PAPEIS, PASTAS E TUDO MAIS, NELE LÊ-SE EM UMA PLAQUETA O NOME DO SENHOR POVO, ENQUANTO COLADO NA FRENTE DO MESMO LÊ-SE EM UM CARTAZ “PRECISA-SE DE UM ADMINISTRADOR”
COMEÇA O ESQUETE: SENHOR POVO ESTÁ EM CENA SENTADO AO BIRÔ, ELE OLHA A PAPELADA
POVO – Eleitor! Eleitor! Mande entrar o próximo.
GESTOR – (ENTRANDO, SEMPRE COM SORRISOS E GESTOS LARGOS) Muito prazer Senhor Povo, meu nome é Gestor...
POVO – (OLHANDO A PAPELADA) Muito bem, então o Senhor é candidato ao cargo de gerente de meus bens não é?
GESTOR – (EMPOLGADO) Sim Senhor Povo! E eu prometo que...
POVO – Não senhor! Nada de promessas. Eu quero saber do seu plano de gestão Senhor Gestor.
GESTOR – Ah... Sim... Primeiro, eu vou precisar de impostos Seu Povo, e segundo, vou precisar contratar bons servidores, depois vou avaliar as prioridades, depois as estratégias e depo...
POVO – Muito bem! Você está contratado!
GESTOR – Mas Seu Povo eu...
POVO – Acalme-se meu rapaz, eu sei muito bem o que faço. Você falou em PRI-O-RI-DA-DE não foi? Pois bem, é disso que eu preciso, de alguém que entenda de PRIORIDADE.
GESTOR – Mas Seu Povo, eu não sei se consigo sozinho.
POVO – E quem disse que você estará sozinho?
O POVO FAZ GESTO CHAMANDO D. LEGISLADORA
D. LEGISLADORA – Olá Senhor Gestor, meu nome é Legisladora, D. Legisladora, eu sou encarregada de cuidar dos interesses do Seu Povo.
POVO – E agora Seu Gestor, quero que vossa excelência assine este documento que D. Legisladora lerá com o Senhor.
O SENHOR GESTOR DEVERÁ REPETIR A FALA DE D. LEGISLADORA
D. LEGISLADORA – Hã hãm... Eu, José Gestor da Necessidade, juro, sob pena de perder a honra e a dignidade, que farei um bom uso dos bens do povo, até o dia que o povo quiser, e tenho dito.
D. LEGISLADORA – Você jura?
GESTOR – Eu juro.
POVO – (COLOCANDO PRIMEIRO O SENHOR GESTOR NA SUA CADEIRA E DEPOIS MAÇOS DE DINHEIRO NO BIRÔ) Então, aqui está. Dez impostos para o seu salário; Trinta impostos para a educação; Quarenta impostos para a saúde; Mais quarenta impostos para as obras; e etc. etc. etc. e tal. (E VAI SAINDO).
GESTOR – E o Senhor? Vai pra onde?
POVO – Eu? Eu vou cuidar do resto de tudo, de tuuudo que é meu. Tenha um bom trabalho Senhor Gestor. (E SAI COM D. LEGISLADORA)
GESTOR – (MEXENDO NA PAPELADA) Meu Deus! Quanta coisa! Contas para receber, contas para pagar, gente para contratar, gente para descontratar, reuniões, projetos, o sol, o calor... socorro! Socorro! Eu preciso de um conselho! Por favor alguém me dê um conselho!
ENTRAM AS IRMÃS CONSELHEIRAS
CONSELHEIRA I – Pronto, pronto! Nós já estamos aqui.
GESTOR – E quem são vocês?
CONSELHEIRA II – Nós somos as irmãs conselheiras e viemos para ajudar. GESTOR – E vocês são gente do Povo?
CONSELHEIRA I – Sim, somos gente do Povo e o Povo é gente da gente.
GESTOR – Ah! Tá! Então vamos, me ajudem, eu tenho tantos projetos para executar, mas não sei por onde começar.
CONSELHEIRA II – Bom, o Senhor pode começar abrindo licitação para contratação de uma empresa prestadora de serviços.
GESTOR – LICITAÇÃO? Pra que??? Isso demora muito. Eu não posso dar um jeitinho e...
CONSELHEIRAS – Ele disse jeitinho???
AS CONSELHEIRAS COMEÇAM A APITAR, LOGO CHEGA D. LEGISLADORA COM UM ENORME LIVRO
D. LEGISLADORA – Artigo 3◦ da lei 8.666, de 21-06-1993, a lei das licitações. Toda compra de produto ou contratação de serviço deve ser por meio de LICITAÇÃO.
CONSELHEIRA I – É isso mesmo, e ela deve ser feita entre diferentes fornecedoras.
CONSELHEIRA II – Pois é, e só ganha à licitação a empresa que tiver melhor qualidade e preço.
GESTOR – Hããã... É verdade, claro, mas, por favor, (EM OFF) só não contem nada para o Seu Povo.
D. LEGISLADORA – Há meu caro, nosso povo não é besta! (E SAI RINDO). GESTOR – Não! Ela vai contar tudo a ele... (DEBRUÇA-SE E CHORA) Eu não posso decepcionar o Povo! Eu não posso decepcionar o Povo!
CONSELHEIRA I – Calma Senhor Gestor, ela só está fazendo o trabalho dela.
CONSELHEIRA II – É, e de mais a mais o Senhor por enquanto, não fez nada de errado.
GESTOR – Vocês não entendem.... É que na verdade, eu... EU SOU FILHO DO POVO!
CONSELHEIRAS – ÓÓÓ...
GESTOR – E eu queria que ele tivesse orgulho de mim, por isso eu quis fazer tudo o mais rápido possível.
SR. POVO ENTRA COM D. LEGISLADORA. ELE VEM DE BRAÇOS ABERTOS
POVO – Meu filho!
GESTOR – Papai! (SE ABRAÇAM) o Senhor já sabia?
O resto está no chat.
SENHOR POVO ______ Grande donatário de infinitas posses um homem muito ocupado
SENHOR GESTOR ____ Empreendedor cheio de ideias pré-concebidas, que não se importa muito com ética
D. LEGISLADORA ____ Pessoa de confiança do senhor povo e altamente comprometida com a legalidade
CONSELHEIRAS ______ Duas colaboradoras não influenciáveis e conscientes de seu papel
CENÁRIO: ESCRITÓRIO, COM BIRÔ LOTADO DE PAPEIS, PASTAS E TUDO MAIS, NELE LÊ-SE EM UMA PLAQUETA O NOME DO SENHOR POVO, ENQUANTO COLADO NA FRENTE DO MESMO LÊ-SE EM UM CARTAZ “PRECISA-SE DE UM ADMINISTRADOR”
COMEÇA O ESQUETE: SENHOR POVO ESTÁ EM CENA SENTADO AO BIRÔ, ELE OLHA A PAPELADA
POVO – Eleitor! Eleitor! Mande entrar o próximo.
GESTOR – (ENTRANDO, SEMPRE COM SORRISOS E GESTOS LARGOS) Muito prazer Senhor Povo, meu nome é Gestor...
POVO – (OLHANDO A PAPELADA) Muito bem, então o Senhor é candidato ao cargo de gerente de meus bens não é?
GESTOR – (EMPOLGADO) Sim Senhor Povo! E eu prometo que...
POVO – Não senhor! Nada de promessas. Eu quero saber do seu plano de gestão Senhor Gestor.
GESTOR – Ah... Sim... Primeiro, eu vou precisar de impostos Seu Povo, e segundo, vou precisar contratar bons servidores, depois vou avaliar as prioridades, depois as estratégias e depo...
POVO – Muito bem! Você está contratado!
GESTOR – Mas Seu Povo eu...
POVO – Acalme-se meu rapaz, eu sei muito bem o que faço. Você falou em PRI-O-RI-DA-DE não foi? Pois bem, é disso que eu preciso, de alguém que entenda de PRIORIDADE.
GESTOR – Mas Seu Povo, eu não sei se consigo sozinho.
POVO – E quem disse que você estará sozinho?
O POVO FAZ GESTO CHAMANDO D. LEGISLADORA
D. LEGISLADORA – Olá Senhor Gestor, meu nome é Legisladora, D. Legisladora, eu sou encarregada de cuidar dos interesses do Seu Povo.
POVO – E agora Seu Gestor, quero que vossa excelência assine este documento que D. Legisladora lerá com o Senhor.
O SENHOR GESTOR DEVERÁ REPETIR A FALA DE D. LEGISLADORA
D. LEGISLADORA – Hã hãm... Eu, José Gestor da Necessidade, juro, sob pena de perder a honra e a dignidade, que farei um bom uso dos bens do povo, até o dia que o povo quiser, e tenho dito.
D. LEGISLADORA – Você jura?
GESTOR – Eu juro.
POVO – (COLOCANDO PRIMEIRO O SENHOR GESTOR NA SUA CADEIRA E DEPOIS MAÇOS DE DINHEIRO NO BIRÔ) Então, aqui está. Dez impostos para o seu salário; Trinta impostos para a educação; Quarenta impostos para a saúde; Mais quarenta impostos para as obras; e etc. etc. etc. e tal. (E VAI SAINDO).
GESTOR – E o Senhor? Vai pra onde?
POVO – Eu? Eu vou cuidar do resto de tudo, de tuuudo que é meu. Tenha um bom trabalho Senhor Gestor. (E SAI COM D. LEGISLADORA)
GESTOR – (MEXENDO NA PAPELADA) Meu Deus! Quanta coisa! Contas para receber, contas para pagar, gente para contratar, gente para descontratar, reuniões, projetos, o sol, o calor... socorro! Socorro! Eu preciso de um conselho! Por favor alguém me dê um conselho!
ENTRAM AS IRMÃS CONSELHEIRAS
CONSELHEIRA I – Pronto, pronto! Nós já estamos aqui.
GESTOR – E quem são vocês?
CONSELHEIRA II – Nós somos as irmãs conselheiras e viemos para ajudar. GESTOR – E vocês são gente do Povo?
CONSELHEIRA I – Sim, somos gente do Povo e o Povo é gente da gente.
GESTOR – Ah! Tá! Então vamos, me ajudem, eu tenho tantos projetos para executar, mas não sei por onde começar.
CONSELHEIRA II – Bom, o Senhor pode começar abrindo licitação para contratação de uma empresa prestadora de serviços.
GESTOR – LICITAÇÃO? Pra que??? Isso demora muito. Eu não posso dar um jeitinho e...
CONSELHEIRAS – Ele disse jeitinho???
AS CONSELHEIRAS COMEÇAM A APITAR, LOGO CHEGA D. LEGISLADORA COM UM ENORME LIVRO
D. LEGISLADORA – Artigo 3◦ da lei 8.666, de 21-06-1993, a lei das licitações. Toda compra de produto ou contratação de serviço deve ser por meio de LICITAÇÃO.
CONSELHEIRA I – É isso mesmo, e ela deve ser feita entre diferentes fornecedoras.
CONSELHEIRA II – Pois é, e só ganha à licitação a empresa que tiver melhor qualidade e preço.
GESTOR – Hããã... É verdade, claro, mas, por favor, (EM OFF) só não contem nada para o Seu Povo.
D. LEGISLADORA – Há meu caro, nosso povo não é besta! (E SAI RINDO). GESTOR – Não! Ela vai contar tudo a ele... (DEBRUÇA-SE E CHORA) Eu não posso decepcionar o Povo! Eu não posso decepcionar o Povo!
CONSELHEIRA I – Calma Senhor Gestor, ela só está fazendo o trabalho dela.
CONSELHEIRA II – É, e de mais a mais o Senhor por enquanto, não fez nada de errado.
GESTOR – Vocês não entendem.... É que na verdade, eu... EU SOU FILHO DO POVO!
CONSELHEIRAS – ÓÓÓ...
GESTOR – E eu queria que ele tivesse orgulho de mim, por isso eu quis fazer tudo o mais rápido possível.
SR. POVO ENTRA COM D. LEGISLADORA. ELE VEM DE BRAÇOS ABERTOS
POVO – Meu filho!
GESTOR – Papai! (SE ABRAÇAM) o Senhor já sabia?
O resto está no chat.
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GESTOR – E agora pai, o que é que o Senhor quer que eu faça?
SENHOR POVO FAZ UM GESTO PARA D. LEGISLADORA
D. LEGISLADORA – Bom, agora todos nós já aprendemos, que licitação é o ato de tornar licito, ou seja, legalizar o uso do dinheiro público e que ninguém pode cuidar dos bens do povo sozinho, e para isso, é preciso a colaboração de todos.