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RESUMO:
Discute-se a autonomia no trabalho médico como decorrente de dois momentos essenciais: como trabalho social, que consome e produz bens e serviços, reproduzindo o modo de produção dominante e valores decorrentes; e como serviço, onde esta autonomia, relativizada pela sua realidade de trabalho social, manifesta-se em atributos adquiridos pelo trabalho médico (independência técnica e auto-regulação) via monopólio da aplicação da ciência às necessidades individuais percebidas como relativas à saúde. Estes produtos cristalizam-se na relação médico-paciente, o que realça as incertezas que cercam tal relação e as necessidades a ela transferidas. A partir desta compreensão do trabalho médico e sua condição de exercício autônomo, discutem-se alguns quadros teóricos que, relacionados ao estudo do trabalho e/ou dos serviços contemporâneos na sociedade, permitem abordagens mais adequadas e epistemologicamente mais profícuas na pesquisa científica que toma por objeto.