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A Revolução Farroupilha foi uma das revoltas que aconteceram no território brasileiro durante o Período Regencial. Ela ganhou notoriedade pelo maior tempo de duração – estendeu-se por dez anos – e, além disso, foi uma das que apresentou a maior ameaça à integridade territorial brasileira. Organizada como um movimento da elite gaúcha, a Revolta dos Farrapos encerrou-se após a negociação de paz dos estancieiros gaúchos com o governo.
A Revolta dos Farrapos aconteceu, principalmente, por causa da insatisfação dos estancieiros gaúchos com a política fiscal do governo brasileiro. No século XIX, a província do Rio Grande do Sul tinha como principal produto o charque (carne-seca) que era a principal alimentação oferecida aos escravos no Sudeste e Nordeste do Brasil.
A grande insatisfação dos estancieiros estava relacionada com a cobrança de impostos realizada pelo governo sobre a produção de charque da região, a principal exigência dos estancieiros era que o charque estrangeiro fosse taxado para tornar a concorrência entre o produto nacional e o estrangeiro mais justa.
Um ponto importante é que não há consenso entre os historiadores sobre se os farrapos queriam de fato separar-se do Brasil ou se apenas queriam garantir mais autonomia para sua província. Outro ponto que merece ser considerado é que a luta dos farrapos não contou com o apoio de toda a população gaúcha (a cidade de Porto Alegre, por exemplo, não apoiou os farrapos), pois, conforme afirma Boris Fausto: a revolta não uniu todos os setores da população gaúcha. Ela foi preparada por estancieiros da fronteira e algumas figuras da classe média das cidades, obtendo apoio principalmente nesses setores sociais. Os charqueadores que dependiam do Rio de Janeiro – maior centro consumidor brasileiro de charque e de couros – ficaram ao lado do governo central.