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Argumentos contra a democracia directa
Argumento: O poder é para os especialistas : a maior objecção contra
a democracia directa é de que o público em geral teria posições
fracas demais para julgar acções apropriadas para o governo. O
público não seria tão interessado ou informado como os
representantes eleitos A maioria da população teria apenas um
conhecimento superficial dos acontecimentos políticos. Num
referendo, em questões que costumam ser complexas e tem como
alternativas de voto apenas um “sim” ou “não”, os votantes poderiam
escolher políticas incoerentes: por exemplo, a maioria poderia votar a
favor de uma severa redução de impostos, e depois essa mesma
votaria a favor de um grande aumento de orçamento para a educação
pública, sem a consciência dos problemas económicos que isso
acarretaria. Na Suíça, que tem mais de um século de experiência no
uso de plebiscitos e referendos, esse problema foi resolvido fazendo
consultas que permitem múltiplas respostas, e não apenas "sim" ou
"não".
Argumento do complicado e caro: outro argumento muito utilizado
pelos opositores da democracia directa seria o de que as decisões por
referendo seriam lentas e muito caras; por quase um século isso
serviu para justificar por que esse sistema possa funcionar bem na
Suíça que é pequena, mas não poderia funcionar num país de
maiores dimensões.
Com as modernas tecnologias electrónicas de comunicação e de
informação esse argumento perdeu muito do seu peso.
Argumento do o poder é para poucos: também se acredita que a
democracia directa funcione bem apenas em pequenas populações.
Comunidades maiores seriam complexas demais para a democracia
directa funcionar com eficiência.
Argumento do a maioria é ignorante: também se alega que a
democracia directa pode causar a "tirania da maioria", ou seja, a
maior parte da população poderia suprimir os direitos de uma
minoria. Por exemplo: num povo em que a maioria das pessoas são
racistas poderia decidir pelo extermínio de uma minoria racial. Para
reduzir a probabilidade disto acontecer alguns defendem a
“democracia semi - directa”, tal como a que vigora na Suíça desde o
final do século XIX, em que algumas leis fundamentais (cláusulas
pétreas) jamais poderão ser mudadas, o que protege as minorias de
uma eventual decisão tirana imposta pela maioria.
Argumento do perigo totalitário: alega-se que há o risco dos
plebiscitos e referendos serem usados de maneira perversa (como
ocorreu em Portugal em 1933), prestando-se a sancionar um regime
totalitário (Salazarismo). A adopção de modernas salvaguardas
constitucionais adequadas impede que isso possa ocorrer.
Fonte: http://webhosting.bombyte.org/~joao.gama/wikistoria/M7_Democracia/documentos/argumentosafavorecontraademocraciadirecta.pdf