• Matéria: Sociologia
  • Autor: marcos367557ou28bo
  • Perguntado 7 anos atrás

qual a importância da divisao social do trabalho para o capitalismo?

Respostas

respondido por: andrew1k
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A divisão social do trabalho no capitalismo baseia-se sobretudo na divisão entre trabalho manual e trabalho intelectual. No entanto, essa divisão não é exclusiva do capitalismo e tampouco nasceu com ele: “A divisão social do trabalho, a especialização das tarefas é uma característica de todas as sociedades complexas e não um traço particular das sociedades industrializadas ou economicamente evoluídas” (Marglin, 1996: 43).  

Adam Smith foi um dos primeiros a teorizar sobre a divisão do trabalho, embora em seus escritos a palavra social não esteja presente no conceito. Para Smith, “O crescente desenvolvimento da produtividade do trabalho, e o aumento do engenho, destreza e discernimento ao qual está ligado, parece ter sido provocado pela divisão do trabalho” (Smith, 1974: 13).  

Utilizando como exemplo uma manufatura de alfinetes, Smith analisa a importância da divisão do trabalho para o desenvolvimento e eficácia da produção. Entretanto, uma visão crítica da divisão social do trabalho nos mostra que sua finalidade não é, simplesmente, a de aumentar a produtividade, muito menos de melhorar a vida do trabalhador; é sim, uma forma de “despojar o operário de qualquer controle e de dar ao capitalista o poder de prescrever a natureza do trabalho e a quantidade a produzir” (Marglin, 1996: 41).  

De acordo com Marx, outro engano que Smith comete, uma das confusões que ele faz, e que decorre de erros em sua concepção fundamental, é exatamente não perceber a dualidade do trabalho: “Ele não percebe o duplo caráter do trabalho: o que, como dispêndio de força de trabalho, cria valor, e o que, como trabalho concreto, útil, gera objetos úteis (valor-de-uso)” (Marx, 1991a: 403).  

Já Durkheim, ao estudar as possíveis causas da anomia social – que, segundo ele, provinham sobretudo do desenvolvimento que “as funções econômicas tomaram desde há cerca de dois séculos”, enquanto “que outrora apenas desempenhavam um papel secundário” – afirma que a divisão social do trabalho não faria parte da explicação dessa anomia; suas causas seriam principalmente a falta de disciplina, de leis e sobretudo, causas morais.  

Uma forma de atividade que tomou um tal lugar no conjunto da vida social não pode evidentemente permanecer a este ponto não regulamentada sem que daí resultem as perturbações mais profundas. É, em particular, uma fonte de desmoralização geral. Pois, precisamente porque as funções econômicas absorvem hoje a maior parte dos cidadãos, há uma infinidade de indivíduos cuja vida se passa quase completamente no meio industrial e comercial; daqui se segue que, como este meio não é senão fracamente marcado de moralidade, a maior parte da existência daqueles decorre à margem de toda a ação moral (Durkheim, 1977: 10).  

Durkheim acredita que a “solidariedade orgânica” estaria diretamente ligada à divisão do trabalho social; seria essa solidariedade que provocaria a coesão da vida social “saudável”, não-patológica, sem anomias. No seu entender, os despropósitos causados pela expansão das atividades econômicas não poderiam ser atribuídos à divisão social do trabalho.  

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